Foi este domingo, 23 de maio, que os telespectadores viram Rute Palas dizer adeus à cozinha do Hell's Kitchen Portugal. A cozinheira despediu-se da competição depois de uma semifinal disputada com Lucas, Francisca e Cândida. Numa conversa descontraída, a cozinheira falou-nos sobre a sua experiência no programa da SIC, lembrou o 'choque' inicial com o chef Ljubomir Stanisic e explicou ainda o que mudou na sua vida.
A paixão pela culinária e a primeira vez que entrou na cozinha do 'Hell's Kitchen'
O gosto pela cozinha surgiu ainda em tenra idade. Foi com a mãe que Rute aprendeu a cozinhar e a fazer os seus primeiros pratos. "Para mim é uma das melhores cozinheiras que eu conheci até hoje. Com sete anos já cozinhava, lia os livros da minha mãe, tinha curiosidade e fazia, sem dizer nada. Tudo começou por aí, sem nunca pensar em seguir profissionalmente. Antigamente ser cozinheiro não era tão bem visto como é hoje em dia", conta.
Rute queria enveredar pelas artes e o design, mas a vida acabou por lhe trocar as voltas. Fez um pouco de tudo: foi oficial de máquinas, trabalhou numa retrosaria e até chegou a abrir um bar. Mas só quando se mudou de Lisboa para Grândola, onde vive há 13 anos, a restauração entrou verdadeiramente no seu coração. É aí que gere a cozinha de um restaurante de mariscos no Alentejo.
Participar num programa de culinária era um desejo antigo e foi após uma visita do chef Ljubomir Stanisic ao restaurante onde trabalha, que surgiu a ideia de se inscrever no Hell's Kitchen. "Eu nem sabia que ia haver o Hell's Kitchen e houve um dia em que o chef veio aqui ao restaurante e um colega meu disse-me: 'Ele deve estar quase a começar o programa dele' [...] Fiquei com aquilo na minha cabeça e, à noite, cheguei a casa e procurei saber como é que me podia inscrever e disse: 'Vou-me inscrever e ver no que isto vai dar'. E inscrevi-me por brincadeira", lembra.
Assim que entrou na cozinha do Hell's Kitchen, o sentimento foi de entusiasmo. "Aquilo era um mundo para mim. A cozinha do Hell's Kitchen tinha tanta coisa com a qual eu nunca tinha trabalhado. Não é qualquer restaurante que tem aqueles equipamentos todos. Senti-me um pouco perdida ao olhar para aquilo tudo, mas sempre com muita confiança", diz, sublinhando que, por não ter formação, ansiava por aprender novas técnicas.
A relação com chef Ljubomir: "Ficou um bom relacionamento"
Tal como Ljubomir Stanisic não escondeu na estreia do programa, Rute não era um rosto novo para o chef. Ljubomir costumava frequentar o restaurante onde a cozinheira trabalha. "Era cliente da casa onde eu trabalho, é amigo do meu patrão, mas não tinha qualquer ligação com ele. Era 'bom dia', 'boa tarde' como com qualquer outro cliente", recorda.
Entretanto, voltaram a cruzar-se na cozinha do Hell's Kitchen, e, apesar da tensão inicial, Rute não poupa elogios a Ljubomir Stanisic. "Durante o programa, acho que nos fomos conhecendo melhor. No princípio foi um choque um bocadinho grande, é normal. Mas adorei conhecer mais o chef", destaca. "Mostrou a pessoa que ele é de verdade. Não tenho nada a apontar [...] Não digo que tenha ficado uma amizade, mas ficou um bom relacionamento", acrescenta.
Rute destaca ainda semelhanças com a personalidade de Ljubomir Stanisic. "A personalidade dele é muito parecida com a minha. Eu também sou muito de dizer as coisas diretamente. Mostro o que estou a sentir, não escondo e talvez isso tenha levado ao nosso choque inicial. Foi uma forma de ele me conhecer e de eu o conhecer a ele também", completa.
A tensão que se vivia a cada novo serviço
O serviço era sempre um momento de grande tensão paras os candidatos, particularmente num ambiente de alta cozinha onde tudo tem de sair perfeito. "Eu tentava manter a minha calma e ter tudo organizado, como deve ser, mas há momentos muito complicados. Aquilo não é assim tão fácil. Apesar de termos tudo às vezes organizado, chega a um ponto que nós temos medo de falhar até com o sal , ou seja no que for. As emoções estão todas à flor da pele e torna-se muito complicado", acrescenta.
Desta forma, chegar à semifinal do formato foi uma grande vitória para si. "Não estava à espera. Eu entrei [no Hell's Kitchen] sem conhecer o registo do programa e pensei em levar um dia de cada vez [...] Para mim, ter chegado onde cheguei foi mais do que ganhar o Hell's Kitchen", destaca.
O que mudou e os laços que criou no 'Hell's Kitchen'
A participação no programa da SIC trouxe a Rute uma enorme bagagem para o seu percurso profissional. "Técnicas a nível de caldos e coisas que eu nunca tinha aprendido, uma vez que não tenho qualquer formação de cozinha. Tudo que sei aprendi por gosto e pesquisa. Ali estava a aprender com o melhor", salienta a cozinheira.
"Trago um baú cheio de ideias novas, que talvez não as possa colocar todas em prática onde estou a trabalhar porque é um registo diferente, mas há muita coisa que dá para aproveitar", explica.
Mas não foi só a nível profissional que a cozinheira cresceu, mas também a nível pessoal. Garante ter-se tornado uma mulher mais ponderada e leva consigo várias amizades do programa. "As amizades que eu trouxe são um acréscimo e são belas amizades que acho que vão ficar para sempre", refere, revelando que leva consigo no coração Rafaela, Daniela, João e Rafael.
Desta forma, o balanço desta aventura televisiva não podia ser melhor. "É ótimo e muito positivo. Superou as minhas expectativas em tudo", remata.