Michael Wray: A tragédia do primeiro vencedor do Hell’s Kitchen que viveu na rua

O norte-americano estabeleceu vários recordes num percurso bem singular do concurso.

Michael Wray, o primeiro vencedor do 'Hell's Kitchen' nos EUA
Michael Wray, o primeiro vencedor do 'Hell's Kitchen' nos EUA
Reprodução Youtube

Famosos

Michael Wray foi o primeiro vencedor do Hell’s Kitchen (2005) com Gordon Ramsay. A propósito da adaptação portuguesa, num formato de larga escala pelas mãos Ljubomir Stanisic, o site do Fama Show conta a história de superação do concorrente que ganhou 250.000 dólares e recusou um trabalho na cozinha de Gordon Ramsay.

A vitória e nega a Gordon Ramsay

Apesar de ser competitivo e um estratega nato, segundo os fãs do formato internacional, Michael Wray era um líder bastante discreto que, ao longo da competição, era visto a auxiliar os seus colegas. Conseguiu vários recordes que ainda hoje se mantêm intactos, como o do concorrente que conseguiu o maior número de vitórias face a derrotas (apenas uma).

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Michael foi até à final e ganhou o prémio de 250 mil dólares (mais de 210 mil euros) e o impensável aconteceu. Gordon Ramsay convidou o chef para trabalhar no seu restaurante em Londres. Michael aceitou o convite nas filmagens, mas mudou de ideias. O primeiro sinal de muitas das suas tragédias começou aqui.

A razão da rejeição? O medo das drogas. Dois anos antes do casting, Wray foi operado à escoliose e recebeu a prescrição de vários analgésicos, tornando-se dependente. Levou esse vício para a competição do programa onde tomava doses extra. “Isto já tomava conta de metade da minha energia mental ao controlar esta dependência, quando ainda tentava trabalhar e levar uma vida normal”, revelou à BBC.

Ainda voou cinco dias para Londres, mas a experiência requeria uma mudança permanente e disse não a Gordon Ramsay. “Foi a decisão mais difícil da minha vida e arrependo-me a toda a hora. Eu estava no Hell’s Kitchen com um problema de drogas. Tinha um medo mortal de ir a Londres com esta dependência gigante”, explicou ao Mashed.

Michael Wray está construir um sonho que passa por viajar pelos Estados Unidos
Reprodução Instagram

A queda e a redenção

Sem a ida a Londres, Wray abriu um restaurante de sucesso, o Tatou, em Los Angeles e preparava-se para abrir um segundo com o nome de HK1, uma clara referência ao facto de ser o primeiro vencedor do programa. Michael atravessava uma fase pessoal entusiasmante. Casou e ia ser pai ela primeira vez. A bebé acabaria por morrer no parto e a relação do casal não sobreviveu, com o chef a mudar-se para um camião. Os trabalhos na cozinha eram escassos e serviam maioritariamente para suportar financeiramente a sua dependência que aumentou a um ritmo alarmante.

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Na entrevista ao Mashed, Michael conta que se mudou para o deserto, sem nada para comer, apenas consumindo drogas durante várias semanas. Atingiu o fundo do poço. “Sou o vencedor do Hell’s Kitchen, formei-me na escola Le Cordon Bleu, e sou este gajo a morar num carro, a implorar drogas aos meus médicos”, recordou.

Depois de uma tentativa de suicídio, Wray pegou numa mochila e fez-se à estrada quando um condutor o avistou e ligou para um número de emergência. No hospital, trilhou o caminho para a recuperação. Quatro anos depois, voltou a casar e é pai de um rapaz, Ozmo. O sonho vai ser construído com uma food truck (o cozinheiro está a pedir ajuda numa angariação de fundos) e que tem o objetivo de percorrer os Estados Unidos e ajudar homens e mulheres que passaram pelo mesmo problema que teve.

O chef casou com Sharlene Wray e é pai de um rapaz
Reprodução Instagram, DR

Hell's Kitchen Portugal está nas noites de domingo na SIC e é já a 21 de março que revela o primeiro concorrente a ser expulso.