Este domingo, dia 16 de fevereiro, aconteceu pela primeira vez na Primeira Liga um caso mais evidente de racismo. Tudo aconteceu durante uma partida entre Vitória SC e FC Porto (1-2) em que um dos jogadores, Marega, pediu para sair do jogo aos 69 minutos. Razão: estava a ser alvo de cânticos e insultos racistas vindos das bancadas do estádio D. Afonso Henriques.
O jogador do FC Porto acabou mesmo por abandonar o jogo e deixou ainda um recado em campo e na sua página de Instagram. "Gostaria apenas de dizer a esses idiotas que vêm ao estádio fazer gritos racistas... vá-se "lixar". E também agradeço aos árbitros por não me defenderem e por terem dado um cartão amarelo porque defendo a minha cor de pele. Espero nunca mais encontrá-lo num campo de futebol. Você é uma vergonha", escreveu na legenda da publicação. Na imagem pode-se ver Marega a reagir aos comentários racistas e a apontar os dois dedos do meio aos adeptos da equipa da casa.
A notícia está a correr o mundo como pode ver na SIC Noticias e são várias as figuras públicas a recorrer às redes sociais para mostrarem apoio ao avançado maliano.
"Por favor sejamos todos dignos da imensa coragem de Marega. Não permitamos que dourem a pílula, não aceitemos discursos ocos, desculpabilizantes, negacionistas. Acredito que muita gente, por essas casas fora, abandonou aquele campo de mão dada com Marega em total indignação e solidariedade com o ataque de que foi alvo. Tudo farei para dar visibilidade à luta contra o racismo, venha ele de onde vier. Todos juntos faremos a diferença", afirmou Rita Ferro Rodrigues no Instagram.
"O que aconteceu hoje em Guimarães é abjecto, e deve ser condenado por adeptos e dirigentes de todos os clubes. Um abraço ao Marega", disse o locutor Pedro Ribeiro.
Carolina Deslandes também reagiu com revolta à situação. "Vão-se 'lixar'! Quando dizem que o racismo não existe, quando dizem que em Portugal e no Mundo não é gritante a desigualdade e a humilhação! [...] quando em vez de punirem uma claque e um clube penalizam um jogador que se está a revoltar e a não aceitar um comportamento inaceitável. Tenho vergonha destas pessoas e desta arbitragem. [...] quando não dão a voz a uma causa só porque não vos toca a vocês. A empatia é o motor da mudança. Não é só o ódio de quem grita que é o problema, é o silêncio de quem assiste. Devemos exigir todos que a Liga tome uma atitude. Marega, é preciso ter balls para não deixar que a nossa profissão se sobreponha à nossa dignidade. Estamos contigo", referiu.