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Cláudia Vieira desabafa sobre a maternidade: “Há gente a pôr filhos no mundo por extremo egoísmo”

A atriz falou sobre a nova novela e a gestão da vida familiar.

Cláudia Vieira desabafa sobre a maternidade: “Há gente a pôr filhos no mundo por extremo egoísmo”
Pedro Melo

Famosos

 Cláudia Vieira é a grande estrela da novela Vitória, que estreou esta segunda-feira, 22 de setembro, na SIC. A atriz dá vida a uma mulher batalhadora e destemida que se vê numa situação de injustiça e que luta para reconquistar o amor dos seus filhos. Em conversa com os jornalistas em noite de estreia, a estrela do canal de Paço de Arcos falou sobre aquele que é um dos papeis mais desafiantes da sua carreira e o impacto que tem na sua vida.

É um desafio que me foi entregue e que eu sinto que está a ser altamente transformador para a minha pessoa e isso é muito especial”, começou por contar.

“As protagonistas gravam muito, mas, às vezes, as protagonistas não são as personagens mais desafiantes e esta é altamente desafiante porque vai a zonas muito… Não sei se consigo pôr em palavras. Exigiu ir às zonas dentro de mim que eu desconhecia. Exigiu procurar dores que a personagem tem ao longo da vida”, notou.

O facto de ser mãe ajuda nas cenas de maior entrega emocional, mas a atriz garante distanciar-se da personagem. “Ajuda a ter consciência da importância de um filho na nossa vida, mas em momento algum eu ponho as minhas filhas no meu pensamento quando estou a fazer uma cena. Eu sei diferenciar muito bem a vida da Cláudia e da Vitória”, referiu.


Por outro lado, Cláudia Vieira destaca que a novela tem uma mensagem “absolutamente incrível” sobre o que é ser pai e mãe. “Há muita gente a pôr filhos no mundo por extremo egoísmo. Por exemplo, eu, por capricho, queria ter tido três filhos. Eu adorava ter tido três filhos. Tive duas e senti-me sempre com uma ginástica tão grande de tempo. Pensei: ‘Se eu for ao terceiro é um capricho meu, só”, explicou.

“Eu ganho cada vez mais esta consciência com esta personagem de que temos de passar os valores corretos aos nossos filhos. Claro que eles têm o perfil deles, claro que eles vão fazer as escolhas deles, claro que é um caminho que eles vão percorrer, mas nós temos a obrigação de tentar que  as pessoas que pomos no mundo sejam boas pessoas. Isto devia ser um princípio  e acho que nos escapa essa informação. De repente é assim, somos responsáveis, temos de educar,  mas dá trabalho”, salientou.

 As gravações e a gestão da vida familiar

As exigências do papel de protagonista são mais do que muitas, desde as horas de gravações e a carga emocional das cenas. Desta forma, nem sempre é fácil gerir a vida familiar. “É mesmo difícil. Continuo a contar com apoio, tenho pessoas que me ajudam, que colaboram e trabalham comigo”, explicou.

Tenho a minha família, que é um apoio extremo. A minha mãe ampara umas coisas, o João mais do que alguma vez na vida foi levar a Caetana à escola. Eu, como sou mais das manhãs, levava sempre eu, mas se eu tenho de estar aqui às 08h00, não vou deixar a minha filha 07h30 que acho que é um bocadinho cruel. Se eu entrar às 08h30, já faço questão de levar. Sempre nesta ginástica”, contou em seguida.

A vida de ator é feita por projetos e é novela uma coisa temporária, eu sei que tem um princípio, meio e fim. O facto de saber isso facilita muito e quando este projeto acabar é quase uma compensação. Eu passo a vida a gerir esta compensação do lado pessoal sem nunca descurar, porque durante estes meses eu não deixo de ser a mãe da Maria e da Caetana e elas não deixam de precisar de mim. Falo com a professora a dizer que não vou conseguir ir à reunião da escola, mas depois vejo quando é que me pode receber para eu falar aqui na produção e dar lá num pulinho. Exige ginástica, exige esforço”, refere.

“Sinto falta de ter este tempo para mim, mas lá está, sei que é momentâneo, sei que é uma fase, é temporário, e daqui a uns meses vou ter mais tempo”, completou.

Recorde-se que a atriz é mãe de Maria, de 15 anos, e Caetana, de cinco.