Emocionada, Clara de Sousa recorda: “A minha mãe morreu comigo a segurar na mão dela”

A pivô da SIC esteve à conversa com Júlia Pinheiro e lembrou um dos momentos mais tristes da sua vida, a morte da mãe, aos 57 anos, vítima de cancro.

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Clara de Sousa
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Clara de Sousa foi uma das convidadas do programa Júlia desta segunda-feira, 8 de abril, e entre os vários temas abordadas esteve a relação que tinha com a mãe e a morte desta, em 2002, com apenas 57 anos, e depois de três a lutar contra um cancro.

A pivô começou por contar que herdou da mãe o talento para a cozinha e que guarda com muito carinho o que tudo esta lhe deixou, nomeadamente os livros de receitas e as coisas que comprou para o seu enxoval, como colchas e esse tipo de coisas. “Chegamos a uma fase da nossa vida em que começamos a olhar para aquelas coisas [de outra forma]. Mesmo que não usemos. Às vezes pego nelas e cheiro-as. São pedaços da nossa vida. São memórias de conforto que eu gosto de transportar comigo”, explica.

Após ser mostrada uma fotomontagem que realça as semelhanças físicas entre as duas, Clara de Sousa garante que ver imagens da mãe a deixa feliz, apesar da dor de a ter perdido. “A minha mãe morreu comigo a segurar nela. Foi um episódio até bastante bonito porque ela estava internada no Hospital de Cascais e disseram-me que ela já não vinha para casa. Então, eu estava lá e eram 17h50, 17h45 da tarde, e a enfermeira disse-me: ‘Clara, tem de sair agora porque nós vamos mudar a cama’. A minha mãe estava a respirar com dificuldade, porque [a doença] se tinha espalhado (…) e eu saí. E depois [a enfermeira], passado um bocadinho, chamou-me e disse-me: ‘Pode entrar de novo’. E assim que entrei e me sentei, segurei na mão dela (…) estive nem um minuto. Ela suspirou e morreu. E eu sempre fiquei com aquela sensação que ela esperou que eu voltasse. Há ali um momento quase poético e eu tenho essa memória. E eu tento sempre recordá-la em vida, em todos os momentos de força”, conta a jornalista, antes de voltar ao momento em que a mãe recebeu o diagnóstico: “Quando o médico me disse ‘A sua mãe não vai viver mais de três anos’, foi um murro no estômago. E a minha mãe nesses três anos conseguiu fazer-me acreditar que aquilo tinha sido um engano. Que tinha acontecido um milagre”.

E, embora a doença a tenha vencido, Clara de Sousa garante que a mãe “nunca se deixou derrubar” e é por essa força que sempre lhe foi transmitida que sente a obrigação de dar sempre o seu melhor.

O momento mais emocionante aconteceu depois, quando Júlia Pinheiro leu um excerto de um texto que a pivô dedicou à progenitora. “Ela ensinou-me muitas vezes sem dizer como, ela ensinou-me estando e sendo (…) e é essa herança que tenho dela e da minha avó que me inspira todos os dias. E sei que tenho esses genes comigo e que tenho que os honrar em tudo aquilo que faço e em tudo a que me entrego, seja na minha profissão, seja em tudo o resto em que me dou, em que dou um bocadinho de mim”, disse sem conseguir conter as lágrimas.

Durante esta conversa intimista, Júlia Pinheiro confessou rever-se bastante nas palavras da colega, uma vez que também ela perdeu o seu pai, vítima de cancro, e também acredita que ele esperou que ela chegasse perto dele para poder despedir-se. Saiba mais aqui!

Veja o vídeo:

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