
Habituada a surpreender os seus convidados, esta sexta-feira, 8 de março, foi Júlia Pinheiro a surpreendida. E quem melhor para lhe fazer esta ‘partida’ que o seu filho mais velho, Rui Maria Pêgo? “Hoje sequestrei o programa da minha mãe”, disse o jovem radialista antes de deixar a mãe comovida com as seguintes palavras: “Tu és a minha referência como mulher. As mães são os primeiro pais onde habitamos (…) as mães são o início de tudo”.
Ao mesmo tempo que percorria alguns dos momentos mais marcantes da sua carreira, desde o início na rádio, à chegada à SIC e depois à mudança para a RTP e a TVI, a apresentadora assumiu que sempre teve necessidade de trabalhar para se sentir completamente realizada. “Percebi cedo que ficar em casa a mudar fraldas não era para mim”, afirmou.
Mas um dos momentos mais emocionantes desta bonita conversa entre mãe e filho foi quando Júlia Pinheiro contou o que a levou a regressar à SIC numa altura em que estava a ter um sucesso estrondoso no canal de Queluz de Baixo.
“Eu estava a fazer tardes e não pude ir a uma única sessão de quimioterapia do teu avô e isso foi horrível para mim. Como sabes, sou filha única e, portanto, não ter acompanhado o avô nesses últimos tempos foi tremendo. O avô, de resto, no dia em que morreu – eu fiz programa nesse dia - e estou perfeitamente convicta que ele esperou que eu acabasse o programa para morrer, para eu me despedir dele”, começou por dizer a apresentadora.
“E quando isso tudo acabou e a minha vida se arrumou em termos profissionais, eu disse a mim própria: na primeira oportunidade que tiver de mudar de horário, vou mudar para a manhã, porque, pelo menos, tenho a tarde. Se alguém adoecer, se alguém tiver algum problema – a família também precisa de mim – eu terei a tarde para me poder distribuir naquilo que são as outras áreas da nossa vida também”, continuou, acabando por constatar que, logo a seguir, precisou desse tempo para estar ao lado da filha Carolina quando esta esteve internada devido a anorexia.
Além disso, Júlia confessou que, quando regressou a Carnaxide, tinha medo essencialmente que a mãe adoecesse e lhe acontecesse o mesmo que tinha passado com o pai. Seguiram-se depois oito anos de manhãs e agora está novamente a trabalhar à tarde, num formato com o qual se identifica muito. “Estou feliz, estava cheia de vontade de ter tempo para conversar”.
O programa do Dia Internacional da Mulher, no qual a equipa de Júlia Pinheiro assinalou também as 100 emissões, terminou com a apresentadora a dar colo ao filho, enquanto este expressava a sua admiração: “Quero dizer-te que, não só como minha mãe, mas como apresentadora, és extraordinária, és a melhor de todas e eu amo-te”.