Cristina Ferreira: "eu não amei logo o meu filho quando o vi"

Apresentadora fala sobre a relação com Tiago, de 10 anos.

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Cristina Ferreira
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Alguma vez imaginou acordar, numa bela manhã, na pele de uma figura pública? Será difícil ser a Cristina Ferreira? Daniel Oliveira perguntou e, ninguém melhor do que a própria para responder a isso, sem filtros, durante o programa Alta Definição de hoje:

“É muito difícil (...) Eu sinto que há implicações não só na minha vida mas na vida de todos aqueles que vivem comigo: do meu filho, dos meus pais, de toda a gente, e pelo facto de, hoje em dia, não poder errar porque as pessoas estão à espera que isso aconteça. Eu sei, também, que há muitas outras que me tomam como um exemplo. Isso acrescenta-te, aqui, uma responsabilidade que faz com que tu penses um bocadinho em tudo aquilo que fazes", acrescentando: "É estares-te a balizar constantemente, é sentires-te apenas confiante dentro de casa. Eu só consigo ser Cristina dentro de casa, hoje em dia, e com isso é difícil de lidar".

Cristina passou a adotar algumas estratégias que a fazem sentir-se "mais humana" como viajar muito para o estrangeiro, sempre com o filho, onde tem oportunidade de"ser a mãe dele, só". Agora que Tiago passou para o 5º ano, mudou de escola, e a apresentadora acompanhou de perto a transição. De tão perto quanto lhe foi permitido, e relatou o peso que sentiu no momento em que o filho, à entrada da escola, não conseguiu passar como um menino igual aos outros: "tive todos os miúdos à porta a tirarem fotografias comigo, a quererem falar e eu tentei explicar-lhes: ‘eu sei que vocês estão a olhar para a Cristina da televisão, mas quando a Cristina vier aqui podem perceber que eu sou a mãe do Tiago? . Porque eu queria protegê-lo. Mas o meu filho, a seguir diz-me: ‘oh mãe, eles vão ficar tristes. Tu não tiraste a fotografia’. Ele não sabe ser um menino filho de uma mãe que ninguém conhece. Ele habituou-se, desde o primeiro dia, a que as outras mães chamem pelo meu nome e ele lidou muito bem com tudo isso".
Sem poder adivinhar como será a fase da adolescência, para já, sabe que está a criar uma criança forte capaz de ultrapassar os obstáculos que o mediatismo lhe impõe. Apesar da vida facilitada que pode proporcionar ao filho, Cristina tem tomado decisões que considera fundamentais para o seu desenvolvimento. O menino de dez anos frequenta uma escola pública, ainda não tem telemóvel e sabe o valor da vida: “O Tiago não tem tudo aquilo que quer. Digo muitas vezes ‘não’ ao Tiago para ele saber que as coisas custam”.

A relação entre a mãe e o filho é de grande cumplicidade, de todo o amor e afeto, mas a apresentadora gosta de partilhar com o mundo algo que é comum a tantas mulheres e que acaba por não ser exteriorizado - por muitas - com medo de críticas e por se sentirem, de certo modo, culpadas. A mãe de Tiago não encara o dia do nascimento do filho como o mais feliz da sua vida e explica: “Eu não amei logo o meu filho quando o vi. Uma hora depois já tinha um amor imenso por ele. Duas horas depois já ninguém mo podia tirar. Três horas depois ele já era o maior amor da minha vida”.

Durante a gravidez, o sentimento também não foi o mais entusiástico, admitindo: “Eu não gostei de estar grávida. Adorei ver as ecografias e perceber que estava uma criança a crescer dentro de mim, mas não foi uma fase que eu tivesse adorado”.

Melhor do que o abraço do filho, a apresentadora não conhece nada, e faz questão de lhe proporcionar as experiências que não teve na infância: “Tem a sorte de aos 10 anos, já ter feito mais viagens do que a mãe tinha feito aos 30, acho que lhe estou a dar mundo!”. Apesar do muito tempo que passa com ele admite: "há coisas que eu não faço com ele, para que ele as possa viver como qualquer outra criança”.

Cristina Ferreira faz questão de transmitir aos pais e aos filhos que a queiram ouvir: “Eu existo para além do meu filho e o meu filho existe para além de mim e essa é uma mensagem que eu gosto de passar porque há pessoas que se focam na vida dos filhos e que se esquecem da vida delas. O filho só é feliz se os pais tiverem uma vida, se os pais forem felizes”. Porque, afinal, “o teu filho nunca te vai agradecer os sacrifícios que fizeste por ele, o teu filho vai agradecer toda a felicidade que lhe passaste".