Cinco anos depois de sair da prisão, Sara Norte foi a convidada deste sábado do programa de Daniel Oliveira, Alta Definição.
A atriz abriu o coração e revelou uma vida difícil de violência, drogas e prisão. Sara Norte teve o primeiro contacto com drogas no bairro alto, na altura a atriz confessou que não soube “ter um travão”.
“Comecei por ser consumidora de fim-de-semana, era só quando ia sair à noite e depois começou a ser todos os dias, é um vício. Não consegues controlar, não há heróis” começou por explicar. “Eu conseguia enganar o meu pai na altura, mentia muito. Até que um dia o meu pai percebe. Emagreci cerca de 15 kg num mês e tinha um diário, onde escrevia tudo, e ele um dia leu. Foi assim que ele descobriu, foi um grande drama. Acabei por sair de casa do meu pai e voltei para a casa da minha mãe”.
Depois de uma temporada a viver com a mãe, Sara apaixonou-se e mudou-se três anos para a Reboleira, naqueles que foram “três anos de inferno”.
“Três anos de muita violência, acho que foi pior que uma prisão. Foi uma relação de dependência, eu sentia me sozinha, só tinha a ele e portanto ele pode fazer de mim o que quis. Chega-se a um ponto em que levas e achas que é normal e eu não tinha ninguém com quem falar dos meus problemas” contou.
“Vivia numa barraca, na reboleira, numa primeira altura não tínhamos água potável, tinha ratos em casa, vivia com as condições mínimas (...) Roubei muito nos supermercados, para comer. Queria almoçar, tinha fome e não tinha dinheiro e ia, roubava uma refeição” revelou sem medos a Daniel Oliveira.
Sara Norte acabou por terminar a relação de violência física e psicológica mas mesmo assim não deixou de viver um pesadelo: “Era amor e medo até que há um dia em que disse chega e fugi… Houve uma vez que essa pessoa me deixou inanimada no Cais do Sodré. Ele quis reatar, encontramo-nos para falar, queria à força reatar e eu disse que não. Deu-me uma tareia e deixou-me desmaiada no chão”.