Foi num concerto em Águeda, distrito de Aveiro, que Pedro Abrunhosa reprovou a guerra na Ucrânia utilizando a expressão “go fuck yourself”. As afirmações foram condenadas pela embaixada da Rússia em Portugal e levou a uma reação do Ministério dos Negócios Estrangeiros que se opôs à embaixada. Agora, a discussão reacende-se com São José Lapa.
“A minha voz NÃO é a tua voz, Pedro Abrunhosa. Aliás, tu NUNCA tiveste voz… Nunca!”, começou por dizer a atriz no Facebook. “Quanto ao resto, bem podes dizer vitupérios nos teus concertos… Estou-me nas tintas se até as Pussy Riot já se tornaram pornográficas. Força”, escreveu a atriz no sábado, mostrando que não se revê nas palavras e posição do músico português.
Eis o que Pedro Abrunhosa disse
No concerto a 2 de julho, Abrunhosa adaptou a letra de uma das suas canções “Talvez F****” para condenar a invasão da Rússia à Ucrânia. “Eu nunca escrevi uma música com meias palavras, a palavra menos obscena nesta música é a palavra f***. Tudo o resto é violência, é violação, é morte, é destruição. Eu não escrevi nenhuma música para pedirmos desculpa, eu escrevi uma música para pedirmos justificações”, chegou a dizer a meio da canção, segundo o Observador.
De acordo com o jornal, o compositor pediu para que o público repetisse com ele a expressão “go fuck yourself”, depois de mencionar o nome do Presidente de russo. “É Águeda que manda, Vladimir. Go fuck yourself“, terá dito.
A embaixada da Rússia não gostou. “Senhor Abrunhosa não deve ter dúvidas: as suas palavras, indignas do homem de cultura que ainda por cima representa o país, que está a se manifestar abertamente contra qualquer tipo de ódio e discriminação, foram ouvidas. As respetivas conclusões serão tiradas“, escreveu no Facebook, adiantando que recebeu várias cartas de “compatriotas russos” que se mostraram chocados.
Depois do músico e a agência que o representa exigir um posicionamento do Governo face à “intimidação” que o artista diz ter sofrido, o Ministério dos Negócios Estrangeiros repudiou o “tom e conteúdo” do comunicado da embaixada, defendendo a liberdade de expressão.
Esta semana, a Iniciativa Liberal propôs que o parlamento se manifestasse contra o comunicado da embaixada.