Mário Augusto recorreu esta quinta-feira, 15 de dezembro, às redes sociais para contar o que tem acontecido nos últimos dias com a filha, Rita, que sofre de paralisia cerebral.
“Esta miúda não existe. A semana tem sido dura”, começou por dizer numa publicação do Facebook, acrescentando que no domingo a filha começou a ter sintomas preocupantes: “formigueiros nas extremidades, faltas de sensibilidade, etc.”
“Logo na semana que está quase quase a completar 23 anos, quando os relatórios do semestre na faculdade estão a ser entregues e avaliados, parece que de repente o mundo se vira do avesso”, lamentou.
MÁRIO AUGUSTO SOBRE A RECUPERAÇÃO DA FILHA: “DEPOIS DE TIRAR UM QUILO DE TITÂNIO DA COLUNA, SERÁ UM PASSO DE CADA VEZ”
O conhecido jornalista destacou a resiliência da filha: “O que nos vale é que a luta tem quase 23 anos e a Rita ainda bem que não nasceu para desistir de nada. Ontem esse desenrolar de inquietudes terminou em aflição num serão longo, daqueles que parece que cada hora estica como elástico de fisga que nos faz pontaria ao pensamento e faz doer. Haja esperança“, disse.
“Aí, pelas três da manhã e o cuidado de um grupo de médicos cuidadores e especialistas, ressonâncias e análises, a equipa da Urgência do Hospital de Santo António trouxe a notícia: Não há sinal de infeção nem estrangulamento medular, a Rita vai ter que fazer terapias de postura muito focadas e de reforço muscular na cervical e coluna, uma nova fase para quem sabe que desistir ou desanimar nunca é a opção, mesmo quando por vezes diz que tem mesmo que chorar, nem que seja durante uns minutos para, segundo ela limpar a alma”, explicou.
“Ontem foi um dia duro que acabou pelas quatro da manhã, saindo do hospital com a Rita a dizer: ‘Já que não há perigo, nem o diagnóstico é tão preocupante… Amanhã siga la vida… Lá estaremos no Natal dos Hospitais para manter a tradição de mandar a minha mensagem de natal, ainda mais tenho mais que dizer’. Hoje lá estivemos nem parece que estivemos noite dentro angustiados na urgência do Hospital de Santo António, bendito SNS e os seus profissionais mais dedicados. Obrigado a todos os que se preocuparam”, agradeceu.
JORNALISTA MÁRIO AUGUSTO SOFRE PELA FILHA: “DOR DE PAIS É FININHA E FRIA”
Por fim, Mário Augusto destacou que recebeu uma excelente notícia sobre a cadeira de rodas: “Estávamos nós em estúdio e chegou o mail da segurança social a dar conta de que finalmente a verba da cadeira de rodas da Rita iria ser atribuída, passaram quase dois anos da prescrição, meio ano desde que nos deram conta de que a cadeira foi cabimentada e que poderíamos encomendar”, contou.
“A minha queixa é a mesma, uma satisfação deveria ter sido dada, nem que fosse para cumprir a lei. Mas chegou, em 23 anos da Rita, é a segunda vez que lhe atribuem ajudas técnicas que se vejam. Eu vou conseguindo corresponder às necessidade da família, e quem não pode nem tem forma de ter voz para reclamar? Agradeço que tenham cumprido mesmo fora de prazo, mas não deixa de ser lamentável que os processo não sejam mais rápidos e mais transparentes na relação com os utentes e na informação que deveria dar (até para se protegerem) e não dão. Mas o que lhes digo… o que é isso com uma noite de angústia no hospital”, rematou.