Na manhã desta quarta-feira, 9 de novembro, Luísa Sobral utilizou as suas redes sociais para deixar uma nota a Manuela Moura Guedes, depois de a jornalista ter partilhado uma mensagem sobre um dos episódios da rubrica ‘Extremamente Desagradável‘, da humorista Joana Marques.
“Manuela, vergonha é continuarmos a usar as redes sociais para fazer bullying. Como podemos falar do bullying nas escolas e ensinar os nossos filhos que é errado gozar com os outros, se depois nós adultos o fazemos publicamente e por escrito? Ainda fico mais triste quando vejo uma mulher fazer isto a outra“, disse a artista, na sua mensagem no Instagram.
Agora, foi a vez de Manuela Moura Guedes voltar a tocar no assunto, para fazer um esclarecimento público sobre a situação em que se viu envolvida, como refere a própria.
Através do Facebook, a jornalista começou por referir: “Luísa, não a conheço e confesso que tive de verificar se era a irmã de Salvador Sobral. Não leve a mal mas, atualmente, é muito raro ‘frequentar’ redes sociais. Ao abrir o Google, vi que alguém tinha feito eco da sua missiva que me era dirigida“, pode ler-se.
“Fiquei admirada por ter escolhido o Instagram para me dizer, a mim, o que pensava sobre um desabafo meu. Podia ter mandado uma mensagem… é o que eu faço quando tenho algo a dizer a alguém, em particular“, confessa a jornalista.
Manuela Moura Guedes: “As pessoas vêem-me como uma bruxa”
Mais à frente, Manuela Moura Guedes defende que sempre defendeu a sua liberdade de expressão, assim como a dos outros, mesmo que nem todos consigam entender esses respetivos parâmetros.
“Ao expressar a minha opinião, faço-o abertamente para toda a gente que a queira ler ou ouvir, sem me escudar em recados. É claro que nem todos entendem a liberdade de expressão, a necessidade de sentido crítico ou de posicionamento face a acontecimentos mais ou menos relevantes da vida do país. Foi devido a tudo isso que me afastei bastante destes locais de diálogo com interlocutores que podem interpretar de todas as maneiras o que escrevemos. É muito cansativo e, na maior parte das vezes, infrutífero“, reflete a mulher de José Eduardo Moniz.
“No entanto, talvez porque é irresistível, lá digo uma coisa uma outra, sabendo de antemão que haverá sempre quem veja intenções tenebrosas por detrás do que escrevo. Sabe? São muitos anos a estar exposta a críticas (do mais variado e impensável) e a saber distinguir o que vale e o que não vale a pena reter, embora, muitas vezes seja até salutar e, mesmo divertido, ver o que se diz – ajuda a compreender as pessoas e o país“, confessou a jornalista.
“Prezo muito a inteligência e o sentido de humor, essenciais para se avaliar seja o que for, principalmente situações ridículas com que nos deparamos diariamente, envolvendo-nos ou não. É muito importante e saudável que uma sociedade esteja apta a conviver com a crítica e não a confunda com mais nada, sem isso não há liberdade nem democracia“, continua.
“A tendência atual para encaixar tudo, gratuitamente e sem critérios sérios, em categorias como o bullying, o racismo ou a discriminação é muito perigosa porque tem como objetivo anular a liberdade de expressão, impondo-nos padrões de comportamento. E que venha a primeira pessoa a acusar-me de qualquer um destes comportamentos!“.
“Não resisto, volto a frisar, a dizer o que penso quando há situações injustas, de má gestão pública ou ridículas, das que envergonham enquanto seres pensantes e enquanto mulheres. Não é passando em claro que se defende a igualdade de género, é precisamente, chamando a atenção para comportamentos criticáveis que mostramos que o particular não deve ser confundido com o todo“, remata Manuela Moura Guedes.