No ano passado, Fernando Figueira, mais conhecido por Mastiksoul, foi condenado em 1ª instância pelo crime de violência doméstica contra a ex-companheira e mãe do filho mais novo, Marlene Carvalhosa.
De acordo com o Correio da Manhã, o músico foi sentenciado a uma pena de prisão de dois anos e três meses, suspensa por igual período. Ficou proibido de se aproximar a menos de 500 metros da vítima, obrigado a frequentar um curso de reabilitação de agressores de vítimas de violência doméstica e a pagar as custas judiciais e uma indemnização de 2500 euros à ex-companheira, embora esta não o tenha requerido.
Após recorrer da decisão, o produtor de 45 anos foi absolvido, no verão deste ano, da prática do referido crime por decisão do Tribunal da Relação, confirmada pelo Supremo, como contou Mastiksoul na mais recente entrevista a Manuel Luís Goucha, sublinhando que “houve uma clara intenção de denegrir a sua imagem” e que “nunca agrediu ninguém”: “Sou anti-violência sempre”, afirmou.
Após a entrevista, o artista deixou a seguinte mensagem nas redes sociais. “Sem querer alongar mais isto, só posso agradecer aos que estiveram do meu lado neste período negro, não vou citar nomes, vocês sabem quem são. Se a imprensa puder de igual modo publicar a minha absolvição deste crime horrível eu fico grato. Obrigado a todos vocês que nunca deixaram de ouvir a minha música e que nunca duvidaram da minha inocência. Até já“, comentou.
“Ele pode pensar que o dinheiro compra tudo, mas não compra a verdade”
Marlene Carvalhosa decidiu recorrer às redes sociais, nomeadamente ao Instagram e TikTok, para reagir às declarações do ex-companheiro. A mãe do filho mais novo do DJ partilhou uma série de vídeos onde afirma que vai expor “os factos provados no âmbito do processo de violência doméstica”.
“Neste país ainda há palco para que o agressor se faça de vítima. Eu, como mulher, como mãe, vou expor os factos: agressão, ameaça, injúria. Factos provados no acórdão no âmbito do processo de violência doméstica. Sou solidária com todas as vítimas que por medo se calam. O meu agressor é o pai do meu filho, Fernando Figueira, mais conhecido como Mastiksoul. Tenho muito para vos contar”, disse.
“Para que possam conhecer melhor o Fernando Figueira, mais conhecido como Mastiksoul. Eu não sou uma criminosa como ele diz. Quem tem cadastro criminal é ele. Foi condenado na justiça por detenção de arma proibida. Ele pode pensar que o dinheiro compra tudo, mas não compra a verdade“, destacou.
Num outro vídeo, Marlene faz referência ao tema que Mastiksoul compôs para Mariza, Livre, que é descrito como um hino à luta pelos Direitos das Mulheres. “A verdade é que está provado em tribunal, sem qualquer dúvida, que Fernando Figueira, o pai do meu filho, esse artista que aproveitou uma música com a Mariza para astear a bandeira contra a violência doméstica, agrediu-me fisicamente, psicologicamente, ameaçou e injuriou. Tudo para me causar medo e sofrimento. Dúvidas não subsistem”, afirmou.
Quando questionado por Manuel Luís Goucha se “nunca agrediu uma mulher”, o DJ respondeu “não”. Marlene reagiu: “E aqui se vê que é mentiroso. Mente. Mente a toda a gente. Inclusive na televisão, sem qualquer vergonha. O mais grave é que isto não afeta só a mim. Afeta a voz, o lugar de todas as vítimas que precisam de coragem para serem livres”, lamentou.
“Desculpem, mas eu não tenho como não sentir agonia ao ver aquela entrevista. Ao ler determinadas manchetes sobre mim na Internet. Aquilo que eu fiz foi maligno? Eu não consegui aquilo que quis? Eu fiz queixa porque eu queria a minha paz, a minha liberdade. Quem fez a acusação foi o Ministério Público. Quem deu a condenação em tribunal 1ª instância foi uma juíza. Como é que querem que eu me sinta ao ver mentiras atrás de mentiras? Se há aqui alguém que cometeu mais um crime foi ele por difamação agravada“, explicou ainda.
Caso tenha conhecimento de uma situação de violência doméstica pode procurar ajuda junto dos seguintes contactos:
APAV – 116 006
SOS Criança – 116 111
SOS Mulher – 808 200 175
SOS Voz Amiga – 800 209 899
SOS Voz Adolescente – 800 202 484
UMAR – Centro de Cultura e Intervenção Feminista – 218 873 005
* artigo atualizado às 17h07 do dia 16/11/2022 com declaração adicional de Fernando Figueira nas redes sociais