Diane Gaeta e Logan Marshall-Green deram o nó no dia 12 de dezembro de 2012. Separaram-se seis anos depois, no dia 1 de fevereiro de 2019, mas o divórcio só foi oficializado no ano seguinte. Agora, a atriz e artista plástica de 43 anos revelou que foi violada pelo ex-marido quando ainda eram casados.
Numa altura em que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos prepara-se para anular direito ao aborto, Diane recorreu às redes sociais para falar sobre a sua experiência. “Fiz dois abortos. Um quanto tinha 18 anos e o preservativo rompeu. Eu estava inscrita na NYU, estava a ir para a universidade e a seguir os meus sonhos, e não conseguia nem sequer imaginar dar à luz e ser mãe”, começou por escrever.
“Não disse a ninguém. O meu namorado era religioso e eu queria ficar com ele. Ele contou para a família. Eles deram-lhe os parabéns. Eu estava apavorada. Fi-lo levar-me ao Planned Parenthood [que gere muitas clínicas de aborto], em Hackensack, Nova Jérsia. Ele deixou-me. Não quis entrar. Os manifestantes estavam do lado de fora da clínica e todos gritaram comigo quando entrei. A dizerem que eu era uma assassina. Foi traumático do início ao fim e eu estava totalmente sozinha. E, no entanto, sou grata por ter tido essa escolha. Que eu não estava ‘presa’ por um erro e por um homem religioso”, acrescentou.
De seguida, Diane recorda o segundo aborto que sofreu quanto tinha 35 anos. “Eu era casada e tinha dois filhos, mas o meu marido praticava e brincava acerca de ‘violação conjugal'”, contou. Apesar de não citar o nome do então marido, é possível concluir que estava a referir-se a Logan. O ex-casal tem um filho em comum, Tennesse Logan. A artista também é mãe de Culla Mae, fruto de um relacionamento anterior.
“Tivemos uma discussão e depois tivemos relações sexuais, no escuro”, relembrou. A atriz explicou que lhe disse que era o seu dia fértil e pediu para que parasse. “Ele disse: ‘Não’ e não parou. Eu engravidei”, contou.
“Ele estava na Jordânia a gravar um filme e eu estava sozinha com os meus dois filhos. Eu disse-lhe e ele disse que se eu tivesse outro bebé, que se divorciaria de mim. Ele não queria outro filho, caso encerrado“, acrescentou. “Fui ao meu obstetra e ele disse-me que não gostava dos níveis de desenvolvimento do bebé e que não havia problema em abortar, mesmo que eu estivesse devastada, porque o bebé provavelmente seria anormal e inviável de qualquer maneira”, continuou.
Diane Gaeta decidiu seguir com o aborto e não se arrepende. “Sem o aborto eu teria sido forçada a carregar um bebé cujo tecido estava a crescer nas paredes do meu útero com um homem que estava a violar-me e a abusar-me fisicamente e me deixaria com um terceiro bebé e do qual eu dependia totalmente financeiramente”, afirmou.
“Mais uma vez, passei por esse aborto totalmente sozinha e ainda assim, o aborto ajudou-me a salvar e moldar a minha própria vida. O aborto é um direito da mulher e nunca deve ser retirado. Se achas que não conheces uma mulher que fez um aborto, agora conheces“, rematou.
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