“Eu estive tão mal, tão mal, que não conseguia encontrar caminho para continuar a viver”. Foram estas as palavras de Rita Guerra na conversa que teve com a amiga Cleonise Malulo no programa ‘Júlia’, da SIC. A cantora falou sobre ter sido vítima de violência doméstica, física e psicológica.
A artista casou aos 16 anos com aquele que viria a ser o pai do seu filho mais velho e que era 12 anos mais velho. Questionada por Cleonise sobre como conseguiu “gerir o medo durante os quatro anos em que foi vítima de violência doméstica e perseguição”, Rita respondeu que “não foi fácil”. “Durante algum tempo tive de ser acompanhada por um dos meus irmãos para me levar ao trabalho e para me ir buscar, gerou-se ali um escudo protetor do lado da minha família que fez com que percebesse que não havia forma, acabou por desistir”, contou.
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Sobre se a relação com o primeiro marido e com o que “viveu a seguir”, em que também foi vítima de violência doméstica, a fez perceber que jamais voltaria a estar nessa situação, Rita Guerra explicou que acabou por “ganhar uma força interior muito grande, principalmente quando percebeu que ia começar a afetar a filha”. “Aí virei mesmo rinoceronte. A última vez que isso aconteceu encostei à cara da pessoa e avisei ‘abres mais a boca e isto vai correr muito mal’ e decidi que nunca mais na vida deixaria alguém parecido aproximar-se de mim, jamais. Criei uma carapaça. São coisas que vamos aprendendo com a vida”, recordou.
Derivado aos episódios pelos quais passou, a cantora precisou de recorrer a uma psiquiatra. “Acho que é algo muito importante, quando as pessoas sentem que não estão bem devem pedir ajuda! Eu procurei ajuda psicológica, procurei uma psiquiatra excecional, que me ajudou bastante, apesar de eu ter uma força interior muito grande e ter um suporte familiar brutal, ter bons amigos”, destacou.
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Veja os vários momentos da entrevista na secção Júlia, em sic.pt.
Caso tenha conhecimento de uma situação de violência doméstica pode procurar ajuda junto dos seguintes contactos:
APAV – 116 006
SOS Criança – 116 111
SOS Mulher – 808 200 175
SOS Voz Amiga – 800 209 899
SOS Voz Adolescente – 800 202 484
UMAR – Centro de Cultura e Intervenção Feminista – 218 873 005