Com a 95.ª edição dos Óscares a realizar-se este domingo, dia 12, é a altura de ir ao arquivo das histórias mais badaladas da cerimónia. Recuemos 76 anos e à Hollywood Era. Joan Crawford, uma das grandes divas do cinema, estava nomeada ao óscar de melhor atriz pelo filme Mildred Pierce, mas estava convicta que ia perder. O papel (bem real) que desempenhou a seguir ainda hoje é falado.
Por temer que o prémio caísse no colo de Ingrid Bergman, também ela nomeada, Joan Crawford faltou à cerimónia de 1946. Combateu os rumores alegando que estava com gripe e que por isso estaria ausente do evento. Assistiu aos Óscares em sua casa e depois… depois veio o choque. O seu nome estava dentro do envelope vencedor e Joan não estava na audiência. O que fez?
Tomou um banho, maquilhou-se, arranjou o cabelo e esperou por um fotógrafo em sua casa. Recebeu a estatueta dourada na cama, pelas mãos do realizador e do produtor do filme. A fotografia é hoje amplamente conhecida. Uma camisa de noite, um roupão e um lenço. Assim foi o seu look vencedor.
Mas estaria Joan Crawford mesmo doente?
Na sua autobiografia, A Portrait of Joan, a atriz mantém a sua versão. “Na noite da cerimónia tinha 40º de febre. Estava com gripe desde a semana passada. A gripe com a tensão e os nervos de poder ganhar um óscar deixou-me com tremores e febre“, cita o Page Six.
Décadas mais tarde, sem comentar se a febre era ou não real, Joan Crawford falou sobre o medo, sem receios. “A tensão é tão terrível quando estás sentada à espera. Esperar pela categoria de ‘melhor atriz’ implica esperar praticamente pela noite inteira. Tens de estar com uma certa compostura e graciosidade em todos os momentos… Depois quando perdes, e eu estava certa disso, tens que permanecer sentada até ao resto dos prémios com a tua melhor cara... Eu não sabia que papel interpretar depois de ouvir as palavras que alguém ganhou, provavelmente a Ingrid”, confessou numa troca de conversas com a biógrafa Charlotte Chandler.
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