Esta terça-feira, 15 de novembro, Pedro Crispim ‘abriu o coração’ e recordou um dos períodos mais duros da sua vida. Numa entrevista intimista concedida a Maria Botelho Moniz, no programa Goucha, o stylist recordou o bullying sofrido na escola e as humilhações constantes de que era alvo na altura.
“Eu era arrastado pelos cabelos pelo corredor, pela roupa. A roupa chegava a casa rasgada”, começou por lembrar.
“Havia professores que assistiam. Na altura, diziam: ‘Faz-te homem, se te batem, bate também’ […] Seria legítimo, seria a minha defesa. Mas eu acho que a minha maior defesa é eu estar aqui sentado contigo. Esta é a minha resposta”, acrescentou.
Pedro Crispim confessou que os seus amigos estavam todos fora da escola. “Eu tinha uma estrutura de amigos na rua, a Carina, a Carla, a Vanessa, a Sónia, a Cristina que ainda hoje são minhas amigas, algumas delas desde os quatro anos de idade. Eu sabia se lhes contasse, elas entravam naquela escola e levavam tudo à frente […] Mas é isso, eu sempre pensei que eu tinha de protegê-los. A partir de certo momento, eu senti-me responsável porque as pessoas faziam-me sentir culpado de alguma coisa que era simplesmente ser eu”, desabafou.
“É tentares pensar num filho, num neto, num irmão, num primo, numa criança que passa por isto na escola simplesmente porque é ela, porque é mais assim, mais assado, porque pesa menos, porque pesa mais. E, a partir de certo momento, eu acreditei que se calhar o problema era meu”, sublinhou.
Os seus pensamentos eram de simplesmente escapar a essa dura realidade. “Eu lembro-me que uma vez no Algarve, eu mergulhei para aí 100 vezes no mar e quanto mais tempo eu aguentasse debaixo de água, mais tempo eu conseguia estar sem levar porrada na escola. Então eu fazia promessas assim porque eu sabia que ia levar porrada, eu sabia que era ofendido. O que magoava mais não era a porrada, era a humilhação”, referiu.
Por fim, o stylist reforçou que encontrava o seu porto de abrigo em casa, perto dos seus. “Eu só respirava quando entrava na porta de casa e respirava muito bem. Quando eu saía de casa até voltar, eu sobrevivia. Mas eu nunca pensei em deixar de ir à escola, nunca desisti de fazer o meu caminho. Eu nunca deixei de ir ao ginásio, ao karaté, de fazer as minhas coisas porque eu nunca permiti que os outros ditassem os meus dias”, completou.