Paula Neves foi uma das convidadas do programa das tardes da SIC, esta segunda-feira, 10 de julho. Numa conversa intimista com Júlia Pinheiro, a atriz deu a conhecer o seu lado mais pessoal e recordou um namoro da adolescência marcado pela violência.
“A violência aconteceu no fim do namoro, eu tinha 14, ele tinha 19 […] Nunca, por nenhum momento, eu confundi violência com amor. Eu quis terminar o namoro e ele achou que a maneira de me convencer era através da violência e da obrigação. Eu não permiti e, portanto, estive seis meses a levar tareia, com ele a achar que era assim que me convencia a estarmos juntos”, começou por contar.
“Ele andava de mota, tinha muita autonomia. Eu andava a pé, eu era uma menina na escola. Ele entrava dentro da escola, saía da escola, fazia-me esperas à porta, apanhava-me a meio do caminho”, explicou.
A atriz contou que foram vários meses a viver com medo. “Foi a única vez na minha vida que senti medo. Sentir medo é uma coisa muito estranha, é um sentimento muito, muito fora. Acho que o comum dos mortais, não tem acesso a ele e ainda bem. Sentir medo é horrível”, sublinhou.
“Ainda por cima aquilo aconteceu numa altura em que eu queria provar aos meus pais a minha grande independência, a minha autonomia e a minha capacidade de lidar sozinha com a vida. E o primeiro impacto que eu tenho é este”, destacou.
Paula Neves só contou aos pais o que se passava, quando percebeu que “não conseguia resolver a situação sozinha“. “A coisa estava a escalar em violência profunda e eu percebi: ‘Qualquer dia morro’. E então tive de lhes dizer e quando eu lhes disse, a situação acabou. Até hoje eu não sei o que eles fizeram. Mas sei que resolveram”, completou.
Caso tenha conhecimento de uma situação de violência doméstica pode procurar ajuda junto dos seguintes contactos:
APAV – 116 006
SOS Criança – 116 111
SOS Mulher – 808 200 175
SOS Voz Amiga – 800 209 899
SOS Voz Adolescente – 800 202 484
UMAR – Centro de Cultura e Intervenção Feminista – 218 873 005