João Paulo Sousa recorda: “Sobrevivi com 120 euros”

O apresentador saiu da casa dos pais, no campo, aos 17 anos. E os primeiros tempos em Lisboa não foram fáceis.

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João Paulo Sousa cresceu com pais e os avós maternos no campo, mais precisamente na aldeia de Cumeira de Baixo, Alcobaça. Aos 17 anos, o apresentador mudou-se para a cidade.

“O que eu queria fazer era sair da casa dos meus pais, ser independente financeiramente e sair daquela zona. Agora, quais as desculpas para o fazer era completamente indiferente”, começou por dizer no podcast “N’A Caravana”.

“A minha mulher [Adriana Gomes]é um ano mais velha do que eu, foi para a universidade em Lisboa, ainda eu estava no secundário, e começou a trabalhar como modelo e a fazer castings. Estamos juntos há 18 anos. Ela estava um bocado triste por eu não ter bem um rumo definido para a minha vida (…) Ela inscreveu-me num casting, um curso de modelos, às escondidas. Apanhei um autocarro às escondidas dos meus pais, eles agora já sabem, e vim fazer um casting sem saber o que era o conceito de casting”, recordou.

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Duas semanas depois, João Paulo Sousa regressou para fazer outro casting para uma série juvenil e ficou. “Estávamos a jantar e disse ‘vou viver para Lisboa’. A minha mãe começou a chorar, percebeu que aquilo era a sério e sabia que a minha mulher já vivia cá e o meu pai, com aquele ar de ‘nada me perturba’, disse ‘cala-te e come a sopa'”, disse, entre risos, referindo que é filho único.

O apresentador “teve a sorte” de ir para Lisboa com um colega de Alcobaça e ficou a viver em casa desse colega. “Vim fazer um workshop durante dois ou três meses, tinha 120 euros na conta e conversei sobre isto com o meu primo Bruno, que é mais velho, que é quem me dava conselhos, e eu disse-lhe assim ‘existe hipótese, depois de fazer este workshop, de ficar com este trabalho, onde me oferecem 400 euros. Eu tenho 120 euros na conta‘ e ele disse ‘isso dá um lucro de 280, portanto eu acho que devias apostar. Tu não tens nada, vai e experimenta’. Aqueles dois meses sobrevivi com os 120 euros. Deu e fiquei, contou.

João Paulo Sousa relembrou o choque de realidades quando se mudou para a cidade: “Ver [pessoas em situação de] sem-abrigo, era uma coisa que eu nunca tinha visto. E não vês só um e vês pessoas a pedir esmola na rua e apetece dar tudo. Sobreviver aqui também não é barato e eu era completamente inocente em relação a todas essas coisas, disse, acrescentando que tinha também “medo de andar de metro”.