Este sábado, dia 22 de abril, João Manzara foi o convidado de Daniel Oliveira no programa ‘Alta Definição’, da SIC. O apresentador, com uma longa carreira no canal, fez uma retrospetiva do seu caminho profissional, olhando para os desafios que já foi somando.
No entanto, grande parte da conversa esteve centrada num dos momentos mais difíceis do comunicador: a doença do pai, e a sua morte. João Manzarra recordou todo esse percurso, num testemunho forte e emocionante.
“Se houve alguma coisa em que sinto que tenha amadurecido, foi na relação com a tristeza“, começou por dizer. “Foi um ano este que vivi com o meu pai, entre o cuidar, e de relação com ele. As tristezas eram muito grandes, mas as alegrias também“, garante.
“Viver nesta dinâmica em que a aproximação era sempre constante, fez com que a vida se tornasse demasiado bela. (…) Eu tinha uma missão, e foi sem dúvida o ano mais importante da minha vida“.
“Tinha uma missão de entrega, de dar e de cuidar. Houve sofrimento, dor, mas houve também um foco muito grande naquilo que eu podia ser, naquilo que eu podia ajudar, para tornar o tempo melhor para o meu pai“, continuou o apresentador.
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“(…) Mesmo profissionalmente, o tempo que me deram [para gerir toda a situação], todo o espaço que me deram, foi absolutamente fundamental“, disse também.
Sobre o evoluir do estado de saúde do pai, João Manzarra assumiu: “Havia sempre alguma esperança, mas os resultados nunca eram muito bons, as coisas nunca eram muito esperançosas, o que chegava das análises (…) Nós tentávamos compensar isso com os momentos mais alegres possíveis. Mas na verdade, a estrutura que eu tive para encarar esse momento, veio também da estrutura que o meu pai me deu ao longo da vida. O meu pai preparou-me para a morte dele“, assumiu João Manzarra.
“Foi difícil, mas depois quando aconteceu [morte] foi duro mas foi também a melhor gestão emocional que poderíamos ter tido. Eu pedia ao meu pai para chorar, às vezes tinha de ser só isso“.
“O meu pai era de facto o mais importante, e isso dava-me um entusiasmo, uma potência e força para enfrentar a vida que eu nunca tinha acontecido antes. Mas eu sabia que o meu pai ia morrer. Apesar de ele dizer, ‘eu ainda estou vivo, ainda estou aqui’“.
“Houve fases em que eu cheguei a ter de carregar o meu pai, numa fase de muita fragilidade dele. (…) e foi mesmo até ao último suspiro, parecia um filme. (…) O meu pai acabou por olhar para cada um de nós, em despedida. E eu sabia que esse era o último olhar do meu pai“, confessou o apresentador.
“É a imagem mais bonita e mais profunda que trago comigo“, diz ainda o apresentador. “Trago essa imagem muitas vezes“, rematou.
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