João de Carvalho esteve no programa das tardes da SIC esta segunda-feira, 9 de janeiro. Em conversa com Júlia Pinheiro, o ator falou sobre o esgotamento que o levou ao hospital no final de novembro, altura em que estava em cena com três peças de teatro.
João de Carvalho começou por recordar os primeiros sinais de que algo não estava bem.“Eu não conseguia dormir mais, isto já vinha de algum tempo […] Por exemplo, trocava roupas, trocava os sapatos, calçava um de pele e outro de camurça. Tudo isso estava a acontecer já há algum tempo”, contou.
Entretanto, foi um episódio de perda de memória no palco que fez mudar tudo. “Eu acho que não tive a noção completa de como fiquei. O Vítor Espadinha estava nervosíssimo porque eu parei a olhar de frente para o público, sem reação. Completamente ausente… Fiquei numa atrapalhação tão grande com os meus colegas, que eles começaram a andar para trás e para a frente e pensavam: ‘Alguém se enganou porque o João não se costuma enganar’. Mas era o João”, referiu.
Apesar do susto, João de Carvalho contou que conseguiu terminar a peça e ir para casa. A decisão de ir ao hospital surgiu no dia seguinte, depois de ter atuado com o auxílio de um auricular.
Já no hospital, João de Carvalho foi submetido a vários exames neurológicos, tendo ficado internado durante nove dias.“Eu costumo dizer que estou sempre preparado para morrer, mas quando chega a altura…”, confidenciou, confessando que teve medo.
“Depois a pouco e pouco fui aliviando, comecei a recuperar algumas coisas […] Ao fim de três dias, eu andava levantado, a visitar os outros quartos”, referiu, acrescentando que foi “extremamente bem tratado”.
Depois do susto, João de Carvalho admite que aprendeu “a dizer não”, mas afirma que não se consegue manter afastado dos palcos. “Sem aquilo [teatro], eu não vivo, não consigo. Abrandar, sim. Parar, não […] Para é morrer”, completou.