Catorze anos depois, Joana de Sousa Cardoso volta a lutar contra um cancro da mama. A notícia foi confirmada pela arquiteta em declarações à revista CARAS, onde deu conta que a doença lhe foi diagnosticada em junho do ano passado, depois de ter sentido um nódulo através de autopalpação.
“Ao longo destes anos todos – o meu primeiro tumor foi em 2008 – aprendi a conhece o meu corpo e aparecem-me muitos nódulos, quistos, seromas, que no início assustavam, mas que depois fui percebendo que eram coisas normais do corpo. Desta vez percebi que era diferente, liguei logo para o meu ginecologista e no dia seguinte fui ter com ele. Fizemos uma mamografia e uma ecografia mamária de imediato e ele confirmou que era um tumor maligno”, contou a ex-companheira de Mico da Camara Pereira.
Receber novamente um diagnóstico de cancro foi como se lhe tirassem o chão. “Foi muito mais difícil receber a notícia agora do que foi em 2008. Já sei ao que vou. Já sei o quão difícil é o processo, o difícil que é a espera, para mim e para os meus […] As idas constantes ao hospital para fazer análises, exames atrás de exames, porque aparece na mama, mas tem de se saber se há no resto do corpo, os tratamentos, a cirurgia, o pós-cirurgia, é tudo muito solitário e difícil. Foi preciso chorar muito esta dor para aceitar e seguir em frente. Quando recebi a notícia senti um impotência gigante, senti-me muito desmoralizada e profundamente triste. Já tinha passado por isto, não tinha de passar outra vez”, confidenciou.
Desta forma, Joana de Sousa Cardoso encontra-se em tratamentos e já passou por uma cirurgia. “ O tumor apareceu na outra mama e é diferente, tem um crescimento muito rápido e multifocal, e tivemos de intervir logo pela cirurgia e fazer novamente uma mastectomia. O procedimento seguinte seria a quimioterapia, mas o ser humano tem uma capacidade máxima para tratamentos de quimioterapia devido à capacidade cardíaca, por exemplo. Eu já tinha feito 12 tratamentos de quimioterapia no passado e, se fosse fazer os tratamentos de que necessitava para eliminar qualquer célula que tenha ficado, ira ficar com sequelas cardíacas. Por isso, os médicos decidiram que o melhor seria partir para a radiologia, um tratamento diário no IPO de Lisboa e que termino agora. Estou ao mesmo tempo a fazer um tratamento hormonal, também diário, um comprimido durante cinco minutos. Quando a radioterapia terminar, vamos ter de esperar de três a quatro meses para voltar a fazer exames e saber se o cancro entrou em remissão”, explicou.
Por fim, a arquiteta destacou a importância de um rastreio atempado e mostrou-se confiante na recuperação. “É preciso consciencializar, falar da importância da prevenção e do rastreio, porque isto é um dos maiores desafios da nossa saúde pública […] Acredito, e não ponho sequer outra hipótese, pelo facto de ter encontrado o tumor a tempo, pois na altura era bastante pequeno, tudo vai correr bem”, completou.