Foi perto do 31.º aniversário da SIC que o seu primeiro canal temático, a SIC Notícias, avançou com uma renovação em termos de apresentação e de oferta da informação.
Para lá da televisão, está agora mais presente na Web e nos dispositivos digitais, ao mesmo tempo que surge com uma imagem gráfica atualizada, apostando também em novos rostos de apresentação.
O site do Fama Show já lhe falou do ‘regresso’ de Guilherme Simões, todos os dias durante a manhã da SIC Notícias ao lado de Marta Atalaya, ou de Madalena Lourenço, uma estreia no canal. E agora, tempo para lhe falar de Joana Costa de Sousa – jornalista da família de informação da SIC há 20 anos, mas que agora soma também o desafio de se tornar uma das novas pivôs da estação.
Num percurso de vida desde cedo pensado em direção à SIC (escapando àquelas que poderiam ser as pretensões da família), percurso esse maturado vários anos nas áreas da Cultura, e culminando na pivotagem, Joana Costa de Sousa dá-se agora a conhecer.
A formação em comunicação, a decisão de estágio na SIC Notícias e a recusa a uma ‘porta aberta’ na TVI
Pai médico, avó farmacêutica. Se o destino de Joana poderia estar traçado para a área da saúde, a jornalista do canal de informação da Impresa sempre soube que não seria por aí o seu caminho profissional.
Conseguiu convencer tudo e todos a fazer jornalismo e, antes mesmo de terminar o curso, já sabia onde queria estagiar: na SIC Notícias (que à época estava a dar os seus primeiros passos).
“Fiz a minha licenciatura na Universidade Católica mas foi só no quinto ano que decidi que queria ir para televisão. Eu sempre quis ir para um jornal, queria escrever, escrever, escrever“, começou por contar. “Nesse meu último ano, há um professor de comunicação televisiva, o Jorge Nuno Oliveira, que era da TVI, que vem ter comigo e que me questiona se nunca teria pensado em seguir televisão. Fui fazer um curso à noite no CENJOR, e foi aí que eu percebi que havia um lado fascinante em escrever para as imagens“, salienta a jornalista.
Ao revelar que nunca olhou para o jornalismo televisivo como uma rampa para a visibilidade e exposição, a paixão pela TV já estava em si, e tinha de ser seguida. E nem uma ‘porta aberta’ a fez mudar de ideias sobre o que fazer a seguir.
“Quando tomo a minha decisão, depois desta também ‘influência’ do meu professor, eu comunico-lhe que vou seguir televisão, e ele diz-me: ‘Então, vem para a TVI’. Mas eu respondo: ‘Não. Eu quero ir para a SIC Notícias’“, assumiu.
“Sei que foi arriscado. Tinha uma porta aberta e um apoio, a chamada ‘cunha’… se calhar por considerar que eu tinha capacidades para fazer um bom trabalho em televisão. E eu vim para a SIC Notícias sem nada disso“.
Os anos na Cultura, a passagem para o Primeiro Jornal e a chegada ao fim de semana da SIC Notícias
Depois de um estágio em cenário de ‘atirada aos lobos‘, já que o fez ao lado de muitos outros aspirantes a jornalistas, e onde garante que aprendeu muita coisa “por iniciativa própria“, foi na secção da Cultura que Joana Costa de Sousa veio a fixar ‘morada’, e onde esteve durante 14 anos.
“Fiz um percurso de cerca de 14 anos [na secção de Cultura], sobretudo no ‘Cartaz’ [programa do canal, hoje substituído por ‘Todas as Artes‘], onde a Graça Costa Pereira (Editora SIC) foi fundamental no perceber do tipo de jornalista que eu queria ser, como é que eu queria comunicar e de que forma o podia fazer da melhor maneira. E foi aí a primeira vez que fiz trabalho enquanto pivô“, descreve. “Mas estamos a falar de algo diferente, que era gravado. A única formação que tinha tido era nesse sentido“, destaca.
Ao fim de mais de uma década na Cultura, a jornalista, e por uma motivação própria aliada a compromissos pessoais e familiares, transita para a equipa de produção do ‘Primeiro Jornal‘, segmento líder da informação da SIC, à hora de almoço. Um trabalho que agora é complementado com este novo desafio que se avizinha.
“O desafio veio da direção de informação, para fazer pivotagem (termo técnico) aos fins de semana, na SIC Notícias. É um papel muito diferente mas eu entendo a coisa da mesma forma que entendi quando estive a apresentar o ‘Cartaz’. Só que, claro, a dimensão é maior e um bocadinho assustadora. E é sobretudo pelo pivot ser o representante de uma redação inteira, de um trabalho de uma vasta equipa, feito ao longo do dia“, afirma a jornalista.
A formação com Rodrigo Guedes de Carvalho e o jornal que apresentou ‘de emergência’ e sem preparação
Ainda assim, e até à estreia no ecrã de informação, Joana Costa de Sousa tem estado em formações ao lado de Rodrigo Guedes de Carvalho: “A formação tem sido fundamental. Eu confesso que a parte prática, como a de saber mexer num teleponto, ou o saber estar sentada corretamente na cadeira, toda esta técnica, é algo que me assusta. A parte já relacionada ao conteúdo é a que o Rodrigo tem estado a trabalhar mais connosco, a de perceber que tipo de pivô é que nós podemos ser…“, revela.
No entanto, Joana Costa de Sousa tem um “episódio curioso” sobre esta sua ‘estreia’ enquanto pivô, e que hoje pode ser visto como um prenúncio do que estaria para a acontecer.
“Aconteceu há uns três anos, eu estava aqui num fim de semana, e a Fernanda de Oliveira Ribeiro, pivô, tinha sofrido uma queda, chegou à SIC a sentir-se mal, e por isso não podia apresentar o jornal do meio-dia. Faltava uma hora para essa edição, e não havia ninguém na redação que pudesse fazer esse jornal. Claro que se contactaram outros jornalistas, mas em cima da hora ninguém estava disponível. E dizem-me: ‘Só restas tu, Joana. És a única pessoa que teve aqui algum tipo de formação’. Mas eu nunca tinha feito diretos. Era impossível. Até o Bento Rodrigues me disse que tinha de ir eu“, relata.
“O Bento disse-me: ‘Joana, muito bem. Podes continuar aí no teu conforto, a fazer o trabalho que sempre fazes, ou podes ir fazer isto que eu tenho a certeza que vais fazer bem?’ E aquilo foi um desafio para mim. Mas estava em pânico, claro. A adrenalina já estava lá. Eu tinha de correr o risco. Fui para a maquilhagem, fui com a roupa com que estava, e 10 minutos antes de começar o jornal, sentei-me, e fiz um jornal inteiro sem qualquer tipo de formação“, destaca a jornalista.
Joana Costa de Sousa apresentou o seu primeiro bloco de notícias no canal de informação da SIC neste sábado, 25 de novembro.