Ivo Lucas foi o convidado do programa Alta Definição deste sábado, 26 de fevereiro. Numa conversa única com Daniel Oliveira, o cantor e ator partilhou uma das fases mais duras da sua vida, que se seguiu à morte da namorada, Sara Carreira.
O artista começou por destacar o importante papel dos pais em todo o processo. “Foi muito difícil. Eu não deixei que a minha mãe me visse durante muito tempo […] Eu não queria que ela me visse assim. Acabou por ser o meu pai que esteve sempre comigo. A minha mãe também, mas eu não queria que ela visse e acabei por ir para a casa da minha irmã durante uns tempos. Os meus pais dormiam no sofá, só para que quando eu me fosse deitar eles estivessem lá”, confidenciou.
“Veres os teus pais nessa situação é difícil porque tu também tentas te fazer de forte para eles. Não queres que os teus pais sofram. Eu posso estar mal, mas eu não quero que os meus pais me vejam mal. Eu não quero isso. Eu quero que eles sejam felizes e que tenham uma vida plena. Não quero que vejam o sofrimento de um filho”, desabafou.
“Se calhar depois tento compensar ao começar a dizer-lhes: ‘Amo-te’. Eu sei o quão isso é importante para o meu pai e eu não dizia. Agora digo. Se tenho de dar um abraço, dou um abraço, se tiver de dar um beijo, dou um beijo. Não me canso de dizer o quanto eu gosto dos meus pais, o quanto eu tenho orgulho nos meus pais e como eles são as pessoas mais importantes da minha vida”, frisou.
“Eles podiam ter 30 mil discursos, podiam ter uma conversa de horas e horas comigo, nunca tiveram a conversa de tentar amenizar fosse o que fosse, de puxar para cima, de colocar pós de fantasia à volta. Nunca. Sempre foram muito pragmáticos, completamente sensíveis a tudo […] Sempre respeitaram muito o meu espaço”, reforçou.
O ator salientou ainda a força que o pai sempre lhe transmitiu. “O meu pai viu-me no meu pior estado possível em todos os aspectos. Ele à minha frente nunca quebrava. Falava comigo, nunca me escondeu nada, falou sempre abertamente comigo. Sempre teve a força que eu não tinha”, afirmou.
“Acabei de saber há pouco tempo que cada vez que o meu pai saía de ao pé de mim, chegava ao pé dos meus amigos e quebrava. Quebrava a um estado de desespero, de impotência, mas hoje está aqui ainda. Está comigo para a luta”, rematou.