É já esta terça-feira, 7 de maio, que Portugal sobe ao palco do Festival da Eurovisão 2024. A competição decorre em Malmö, e o país segue com a representação da cantora iolanda, com o tema ‘Grito’.
Nas vésperas da participação, o site do Fama Show entrevistou a jovem-talento, que se mostra confiante com a sua partipação além-fronteiras.
A cantora recebe em mãos a tarefa de passagem à final, qualificação essa conseguida nas últimas participações portuguesas no concurso (The Black Mamba, em 2021, MARO, em 2022, e Mimicat, em 2023).
Ainda assim, e apesar da sua força, iolanda lamenta os vários comentários negativos que tem tido desde a vitória no Festival da Canção. Sem também dar demasiada importância às casas de apostas, assume: “Vou para ganhar, óbvio. No sentido de querer fazer o melhor trabalho possível“.
“Num programa de televisão, nem tudo é a vitória”
Ainda que o nome da cantora seja uma novidade para a maioria dos portugueses, a artista está há alguns anos pelo mundo da música, tendo já lançado vários trabalhos.
Antes disso, chegou a participar em vários programas de televisão, como ‘Ídolos‘, da SIC, ou ‘The Voice Portugal‘, da RTP. Com alguns nãos pelo caminho, iolanda fala sobre como aprendeu a esperar pelo alcançar de um objetivo há muito traçado.
“Lido muito bem com o ter de esperar. Ou seja, sei que estamos a falar de uma indústria que dá muito trabalho. Podes ter talento, mas tem muito mais trabalho do que isso. Quando se está a fazer um projeto, por muito que cantes bem, o trabalho tem de estar em primeiro lugar, e esse foi sempre o meu objetivo“, começou por afirmar.
“Eu sabia que tinha algum talento, mas sabia que o meu trabalho acaba por valer por mil“, disse. “Por muito que sejamos sortudos ou talentosos, temos de nos focar muito, acima de tudo. E é a chave para o sucesso. Pelo menos para mim tem funcionado“.
E sobre a sua anterior passagem por concursos de talentos, é direta: “Qualquer não que tenha recebido foi só um mote para me dar mais força e para seguir caminho. E também, por onde passei, nem tudo foi assim tão mau como pintam. Num programa de televisão, nem tudo é a vitória“, aponta também.
“Claro que quero ganhar a Eurovisão. Ganhar como objetivo principal no sentido de fazer o melhor que eu possa”
Ainda assim, sendo a Eurovisão uma competição, há sempre a discussão entre quem vence (ou consegue estar perto da vitória), e de quem fica logo pelo caminho.
Numa altura em que Portugal recupera terreno nas casas de apostas, que mostram um cenário mais animador para o tema de iolanda, a artista assume “não estar preocupada“.
“Vi algumas reações ao início, e fui consultando as casas de apostas. Mas já sabemos que Portugal não tem muitos vizinhos… a verdade é que a partir do momento em que começam os ensaios as odds mudam sempre, é um clássico“. E sim, iolanda. Confirma-se!
🇵🇹 RTP has shared a teaser of iolanda's second #Eurovision rehearsal!
— ESC Discord (@ESCdiscord) May 1, 2024
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“Acima de tudo, o meu interesse é em levar a minha arte mais longe. Nunca estou com expectativas porque tenho tentado não criar. Tal como não tinha criado no Festival da Canção“, continua.
“Eu quero é estar ciente que vou fazer um ótimo trabalho, independentemente de qualquer resultado que possa vir a ter. Claro que quero ganhar a Eurovisão, é óbvio. Ganhar como objetivo principal no sentido de fazer o melhor que eu possa. Mas há coisas que depois não estão ao meu alcance, como as pontuações“.
“Eu não vou para lá enquanto iolanda. Represento um país”
E é precisamente sobre a “representação de um país” que iolanda pede uma mudança na forma como se ‘trata’ quem leva o nome de Portugal além-frontreiras.
Para a artista, a união devia ser um tema sem margem para discussões.
“Tenho lido muito pouco ultimamente, porque sempre que o vou fazer, acabo desiludida com os comentários. As pessoas falam muito, e sobretudo porque estão atrás de um ecrã e têm muito a dizer. Sendo que na verdade eu continuarei a fazer o meu trabalho“, garante também.
“A base tem de se manter a de ‘fazer o nosso trabalho porque o queremos fazer’. Claro que, atenção, eu também leio muitos comentários bons, mas acho que há sempre forma de dar as críticas. Há muito ódio nas redes sociais, e vive-se muito isso quando sobretudo toca a um concurso que envolve muitos países“, lamenta.
“E temos de nos unir enquanto portugueses“, apela. “É a fase em que qualquer artista precisa de apoio e de amor, nunca o contrário, que não ajuda. Às vezes sinto um bocadinho, desse desamor, porque as pessoas estão nervosas, e querem que se faça uma boa figura. Mas a manifestação deve ser de amor, e nunca de ódio“.
“Eu sei que há pessoas que preferem outras músicas do que a minha, e estará sempre certo porque isso é que traz a diversidade. (…) A questão fica no apoio. Eu não vou para lá enquanto iolanda. Represento um país, a importância é apoiar o país com aquilo que o país escolheu“, remata.
Se a canção portuguesa conquistar um lugar na final, voltará a subir ao palco da Malmö Arena, na Suécia, a 11 de maio, sábado, para competir pela vitória.
Neste momento, as favoritas ao triunfo são as propostas da Croácia, Suíça, e Itália.