Ângelo Rodrigues esteve, nos últimos meses, a fazer uma viagem que mudou a sua vida. O ator de 35 anos esteve no Nepal, onde viveu com monges e deu aulas de inglês, e passou por experiências únicas. Algumas delas, bem perigosas.
Em encontro com a imprensa, revelou que no final do voluntariado se encontrou com um amigo e decidiu experimental uma substânica típica da zona, que causa grande curiosidade entre os ocidentais: o mel alucinogénico.
Como conta, este mel existe apenas em duas regiões do mundo: no Nepal e na Turquia e é usado há milhares de anos, desde a altura em que gregos e romanos se defrontavam em batalhas. Segundo a História, nessa altura o mel era utilizado como arma de guerra. Durante reuniões contra os inimigos, os exércitos colocavam mel sobre a comida de quem queriam derrotar e passadas horas viam-nos “esticados no chão a passar dificuldades”. E o que aconteceu a Ângelo não foi muito diferente.
“Queria ter essa experiência para perceber o que é que esse mel teria de diferente“
“Eu e um amigo que veio ter comigo no final da viagem, deslocamo-nos a essa região e fomos a uma degustação de mel. Era uma loja com vários tipos de mel: mel local, mel de uma abelha de aqui e dali. Mas o nosso único foco era o tal mel alucinogénico. Nós conhecíamo-lo pelo nome ‘mad honey’, que era o nome da marca, então começámos a procurar… ‘local bees’, ‘normal honey’. Até que vejo o ‘wild honey’ e penso que deve ser esse. Pergunto ao jovem de 20 e poucos anos que está lá quais eram os sintomas associados, a pessoa não falava inglês e por isso não conseguiu explicar. A única referência que tinha era o rótulo que dizia ‘propriedades medicinais, não exceder uma colher de chá por dia’“, começou por contar.
O problema? Tomou duas colheres de sopa.
“E tivemos a brilhante ideia de o fazermos antes de irmos a um restaurante jantar“, acrescentou ainda entre risos.
“Foi uma experiência muito peculiar porque fomos para o restaurante, pedimos a comida, e exactamente antes de chegar a comida, começamos a sentir o corpo a ficar extremamente quente e a ter uma sensação de formigueiro no corpo todo, essencialmente um formigueiro que se concentrava na região da cara, como se a cara toda estivesse a ser alfinetada por agulhas. Eu fico com uma extrema dificuldade em fechar os olhos, não conseguia fechar os olhos. O meu amigo começa a ter uma vontade de desmaiar, isto tudo com a comida a chegar à mesa, num espaço onde estão outras pessoas“, continuou.
E a história não fica por aqui. É que no final, até a polícia se meteu.
“O meu amigo diz que quer ir à casa de banho porque não se está a sentir bem, eu tento aguentar o barco para dar uma boa imagem. A comida chega e lembro-me que o que despoletou a montanha russa a partir daí foi uma coca-cola que bebi e que também me deu vontade de ir à casa de banho. Vou para socorrer o meu amigo e descubro que ele está agarrado a uma sanita sem conseguir levantar-se. Não sei quais são as propriedades deste mel mas dá uma enorme vontade de ficar no chão. A pessoa não consegue ficar de pé. O meu desafio a partir daí foi pegar no meu amigo e, juntos, irmos para a mesa de jantar, dizermos que queríamos levar a comida para casa, e sairmos do restaurante o mais rápido possível para não passarmos uma vergonha ali. Consegui pagar a conta, saímos do restaurante e encontrámos, na primeira esquina, um sítio para ficar. Só conseguimos ficar deitados para aí durante três horas porque não conseguíamos mexer-nos“, prosseguiu.
Entretanto vemos uma luz a apontar para nós e percebemos que é uma lanterna e era a polícia. Estavam a dizer-nos para sairmos dali e nós a dizer que não conseguiamos porque nos sentíamos mal“
“Resumindo: tivemos uma sensação de envenenamento porque é essa a substância que as abelhas colocam no mel. Nós tomámos uma sobredosagem que acelerou esse processo. Não deu alucinações mas quase que morríamos envenenados“, rematou entre risos.
Na altura, Ângelo chegou a publicar alguns vídeos da experiência.