3, 2, 1, estamos no ar. Ao lado de Marta Atalaya, Guilherme Simões apresenta a SIC Notícias Manhã entre as 10 e as 13 horas. Um rosto ‘novo’ para os telespetadores, um velho amigo para quem trabalha na estação. Aos 52 anos, o jornalista recebeu um convite irrecusável e decidiu regressar ao canal que ajudou a nascer em 2001.
“A nossa vida faz-se de fases, não é? Eu saí em 2016 da SIC, da Direção de Programas da área de Entretenimento, e andei a fazer outras coisas durante algum tempo. Surgiram algumas conversas com o Ricardo Costa [Diretor de Informação da SIC] em que falámos sobre a possibilidade de eu voltar. Comecei a pensar muito a sério que era o momento da vida. Tenho 52 anos e, se eu não fizesse isto agora, provavelmente já não o faria. Porque não seguir novamente este caminho, apanhar novamente a carruagem e voltar a apresentar jornais?”, começou por explicar.
Bom filho à casa torna e Guilherme Simões é exemplo disso. O cofundador da SIC Notícias recordou como nasceu o projeto e no impacto que teve: “Na altura não havia canais de informação. Tinha havido uma experiência, que foi o Canal de Notícias de Lisboa (CNL), e uma boa parte da equipa da SIC Notícias migrou desse canal. Era começar do embrião mesmo (…) Juntaram-se os mais velhos com os mais novos e o resultado foi aquele que conhecemos. Assim nasceu um projeto bem nascido que vive até hoje com sucessos atrás de sucessos”.
“Eu sou feliz a fazer isto”
Ao longo da sua carreira, Guilherme Simões já fez de tudo um pouco, passando por diversos cargos e vários meios de comunicação, como a SIC, a RTP, Canal S+, Antena 1, Rádio Comercial, entre outros. Mas e se tivesse de escolher o que mais gosta? “A resposta está na opção que eu fiz hoje, neste regresso. Eu gosto mesmo muito do direto. Quem se habitua a fazer diretos, é muito difícil viver sem aquela adrenalina de sentir o chão a fugir e estar sempre a tentar pôr os pés em chão firme (…) Essa adrenalina do direto é um vício. Eu vivi muitos anos sem essa adrenalina, mas sinto-me muito feliz por voltar a senti-la. Eu sou feliz a fazer isto, eu gosto de fazer isto”, respondeu o pivot.
No dia 9 de outubro de 2023 começou assim esta nova experiência que descreve como “vertiginosa”. “Quem anda nisto há uns anos como eu, sabe que não há caminho de recuo. É direto, entra e faz. Quando esse dia chegou, eu ia com algumas dúvidas na minha cabeça. Felizmente tinha eu mais dúvidas do que quem apostou em mim e tinha que provar a mim próprio que era capaz de fazer (…) A confiança que eu tinha na equipa era plena, a dúvida que eu tinha era: ‘Como é que tu te vais comportar quando chegares ali?’. Fui conservador, naturalmente, na abordagem que fiz, tentei proteger-me o mais possível”, afirmou.
Marta Atalaya, uma amiga de há anos
O apoio da amiga e colega Marta Atalaya tornou tudo muito mais fácil. “Tive a ajuda fantástica da Marta – já trabalhámos juntos – e foi a verdadeira amiga. Foi ali a força e foi o chão para eu não ter dúvidas de que ia cometer uma grande loucura. Tem corrido bem”, confessou.
O sentimento é mútuo. “Foi uma alegria acolhê-no neste regresso a uma casa que conhece bem. O Gui é muito dedicado, empenhado, uma pessoa generosa, humilde, que se guia sempre pelos seus valores. É um profissional muito rigoroso, trabalhador, sereno e organizado”, reagiu a jornalista.
“Estamos a trabalhar de novo há poucas semanas e mantemos aquela sintonia. Não precisamos de falar para saber quando um tem de ‘socorrer’ o outro. Até nos damos bem no silêncio. Dá enorme segurança trabalhar com um profissional e um amigo assim”, acrescentou.
A vida por detrás das câmaras
Depois das 13 horas, a adrenalina do direto fica no estúdio, mas há muito mais para viver. “Um pai muito presente e dedicado às suas filhas. ‘Abriu mão’ de muita coisa para não falhar à família (…) Faz desporto para manter a forma física e sobretudo mental”: assim o descreve Marta Atalaya.
Além disso, é “um bom professor e dedicado aos seus alunos”. Quando as câmaras estão desligadas, Guilherme Simões dá o exemplo através das aulas na Universidade. “Eu comecei a trabalhar na rádio com 15 anos e começou a desenvolver-se aí esse gosto que depois esteve sempre presente na minha vida até hoje. Eu acho que quem é jornalista, nunca deixa de o ser mesmo que se afaste do trabalho do dia a dia do jornalismo. Os instintos ficam, a nossa cabeça funciona de uma maneira diferente e estamos sempre a questionar tudo. E isso nunca perdi, mesmo nos momentos que deixei de exercer a profissão. Vamos chamar-lhe uma paixão, mas é uma coisa tão natural que nem diria dessa forma”.
