Diogo Martins é um dos nomes da nova novela da SIC, Por Ti, e este sábado, 12 de março, foi o entrevistado do programa Alta Definição. Numa conversa intimista com Daniel Oliveira, o ator deu a conhecer o seu lado mais pessoal e recordou um dos momentos mais duros da sua vida: a morte da mãe.
“Sem dúvida, foi o pior acontecimento da minha vida. Apesar de tudo, eu tenho a sorte de ter tido uma mãe como ela e há quem não tenha essa sorte. No entanto, eu acho que foi muito precoce. Eu acho que, apesar de tudo, eu ainda precisava dela e preciso. Portanto, lidar com essa ausência acho que foi o pior que a vida me deu, mas, de certa forma, eu acho que tudo tem um propósito e que teria de acontecer assim. Portanto, é aceitar da melhor maneira possível”, confidenciou.
“É uma dor que não escolhemos ter porque acontece inevitavelmente e depois parte de nós querer sofrer ou não. O sofrimento faz parte, no entanto acho que temos de o atenuar para conseguirmos ser felizes e é isso que eu tenho feito. Nos momentos mais críticos, obviamente que me vem sempre ao pensamento a ausência dela. Todos os dias penso nela, mas nesses momentos, principalmente, precisava de a ter ao meu lado”, continuou.
“Precisava que ela estivesse do meu lado, que ela me abraçasse, me ouvisse e conseguisse dar a sua opinião sobre determinada situação. Isso faz-me muita falta […] Deixamos de sentir aquele amor maternal, que é impossível ser ocupado por outra pessoa. Portanto, nunca mais o temos e teres de viver dessa forma é difícil. Ela mostrou-me sempre o melhor e mostrou-me que esteve sempre comigo nos momentos mais marcantes”, desabafou.
Três anos depois da morte da mãe, o ator deu conta que não conseguiu ver mais as fotografias da progenitora, assim como as suas mensagens de telemóvel. “Não consegui abrir mais mensagens dela e ver fotos dela porque quero imaginar que ela, de certa forma, ainda continua cá. E ver mensagens que tenho a certeza que ela não me vai responder…prefiro então não ver e manter isso sempre um bocado mais de parte até ao dia em que eu consiga ter essa coragem. Por enquanto, ainda não consigo. Evito fotografias porque ainda tenho presente a imagem dela e isso basta-me”, revelou.
“Tudo me faz falta e vai continuar a fazer e o tempo deixa essa saudade que vai ser permanente e que não se consegue colmatar com ninguém. Não há ninguém que consiga ocupar aquele espaço vazio, que é único”, reforçou.
“É pena não poder, um dia, dar-lhe a conhecer um filho, mas eu acho que de qualquer das formas, ela vai estar comigo e vai ajudar-me”, acrescentou ainda, emocionado.
Por fim, o ator recordou o dia em que recebeu a notícia da morte da mãe. “Estava a gravar. Tinha só uma cena nesse dia. Acabo de terminar o meu dia de rodagem e vou para casa. Nesse dia, curiosamente, acabei por ficar a falar com os meus colegas até que recebo a chamada do meu irmão. O meu irmão sempre esteve muito sereno e essa força foi ela que lhe transmitiu, tenho a certeza. Não me preocupou logo no momento, não disse o que tinha acontecido, mas supôs que eventualmente alguma coisa grave estava a acontecer . E foi aí que eu desabei por completo e percebi que alguma coisa estava mal”, lembrou.
“A minha mãe não se cuidava muito, tinha alguns problemas de saúde e eu acabei por explodir e, se calhar, uma semana para mim acabou por ser um dia porque apaguei por completo tudo aquilo que estava a sentir. Não me recordo sequer de grande parte das pessoas que lá estiveram porque não quis acreditar que aquilo tão cedo iria acontecer”, completou.