Andrew Tate foi detido, juntamente com o seu irmão Tristan, esta quinta-feira, dia 29 de dezembro, na Roménia por suspeita de violação e tráfico humano. As residências de ambos em Bucareste e Ilfov foram alvo de buscas domiciliárias. Dois cidadãos romenos também foram detidos.
O britânico de 36 anos – que chegou a sagrar-se tricampeão mundial de kickboxe e está a viver no país dos Balcãs há cinco anos – tem estado em várias polémicas, sobretudo devido às suas opiniões misóginas e sexistas. Chegou mesmo a dizer no Twitter que as mulheres deveriam “assumir a responsabilidade” por serem agredidas sexualmente. A plataforma baniu-o (entre outras), mas já o voltou a reintegrar.
De acordo com um relatório a que a Reuters teve acesso e com o comunicado de imprensa da Direção de Investigação do Crime Organizado e Terrorismo, os quatro suspeitos parecem pertencer a “uma organização criminosa” que explorava mulheres, forçando-as a participarem em conteúdos pornográficos destinados à distribuição na internet e que podiam ser visualizados por um certo valor. Estão a ser investigados desde abril.
Usavam o método “lover boy”
O jornal romeno Gândul noticiou, citado pelo People, que o grupo começou a ser investigado em abril depois de terem recebido a denúncia de que “uma mulher com cidadania americana estava a ser mantida contra a sua vontade na residência deles”. Várias jovens foram encontradas num prédio a cerca de 500 metros da vila de Bucareste.
A americana disse aos investigadores que conheceu Tristan através de uma rede social e o influencer a convenceu a comprar um bilhete de avião para a Roménia. Posteriormente, entrou em contato com o ex-namorado, que denunciou o crime à Embaixada dos Estados Unidos em Bucareste.
Foi usado um método conhecido como “lover boy”: Andrew e Tristan são suspeitos de seduzirem as vítimas, levando-as a acreditar na existência de sentimentos genuínos de amor, mas em vez disso eram atraídas para os prédios e forçadas, através de violência física e psicológica, a participarem em conteúdos pornográficos. Até agora, foram identificadas seis vítimas de exploração sexual por parte do grupo.
A estas acusações soma-se uma outra de violação que remonta a março de 2022. A vítima acusa um dos irmãos Tate de a ter forçado em duas ocasiões diferentes a ter relações sexuais. Em abril, foram acusados de rapto de mulheres, também na Roménia.