Cláudia Raia foi morar para Nova Iorque aos 13 anos, para ingressar numa bolsa de estudos de ballet. Ficou lá um ano, mas no início da sua estadia apanhou um grande susto.
Em entrevista ao podcast “Desculpa Alguma Coisa”, a atriz recordou o momento em que sofreu uma tentativa de abuso: “Só falava com a minha mãe uma vez por semana, fiquei hospedada na casa de um coreógrafo da confiança da minha mãe, professor da academia dela. Depois de quase um mês e meio de lá estar, ele atacou-me“, começou por dizer.
“Ele tentou agarrar-me e eu atirei uma coruja de cristal na cabeça dele, ele caiu, a sangrar. Eu pensava que o tinha matado. Coloquei a roupa na mala que eu vi à frente, saí a correr. A mulher dele estava com a filha bebé no parque (…) Eu fiquei desesperada no Harlem [bairro de Manhattan], sozinha, branca, com 13 anos, escondida. Fiquei ali com a mala a chorar porque eu não tinha para onde ir, para quem ligar, e passou a minha professora de ballet moderno e reconheceu-me“, continuou.
“Levou-me para casa dela, ela morava com três pessoas num apartamento de 50 metros quadrados. Eu dormia na banheira. Mas foi o tempo da minha mãe conseguir deslocar-se e ir para lá para poder colocar-me em outro lugar. Eu já trabalhava como empregada de mesa, tinha 8 horas de dança por dia”, explicou, acrescentando que posteriormente conseguiu manter-se sozinha “sem o dinheiro da mãe”.