Foi em março deste ano que Clara de Sousa falou sobre a guerra na Ucrânia numa entrevista à Nova Gente. As declarações da pivô da SIC levaram a uma série de manchetes na imprensa e uma discussão que parecia envolver outros nomes da informação televisiva portuguesa. Agora, à mesma revista, Clara de Sousa faz um esclarecimento.
Eis o que disse originalmente a pivô sobre a hipótese de ser enviada especial da SIC à Ucrânia ou países vizinhos. “Não gostava. Não sou repórter de guerra. E também acho que as pessoas não podem ir de ânimo leve para este tipo de ‘palcos’. As pessoas devem estar onde são mais necessárias. Se eu sou mais necessária no estúdio para ‘distribuir jogo’, obviamente que são os meus colegas que têm mais treino em cenários de guerra que devem ir para lá. Porque isto de estar num palco de guerra não é uma coisa simples, disse em março, mencionando alguns nomes que já o fizeram como Cândida Pinto e Paulo Camacho.
“Fazer o quê? Fazer aquilo que as outras pessoas fazem, que é meter os seus pivôs a 500 quilómetros de onde as coisas estão a acontecer? Para isso não me parece que valha muito a pena. Acho melhor estarmos cá”, continuou na primeira entrevista, antes de desejar segurança e bom trabalho a todos os seus colegas de profissão. Mas a jornalista não contava com a controvérsia que se seguiu…
As manchetes e os nomes de outros jornalistas
Na imprensa vários orgãos de comunicação aproveitaram as declarações da jornalista para obterem uma reação de outros jornalistas, como foi o caso de José Rodrigues dos Santos que, deu a sua opinião sobre o trabalho de repórteres em cenários de guerra, ainda que tenha revelado que não conhecia as afirmações de Clara de Sousa.
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“Estou muito surpreendida como declarações minhas, a 8 de março, poucos dias depois do início da guerra na Ucrânia, foram deturpadas e descontextualizadas, dando origem a uma polémica sem sentido. Quando vi, pela primeira vez, o título de que estava a criticar colegas meus que iriam cobrir uma guerra, achei tudo aquilo ridículo e nem dei muita importância, porque eram claras e recentes as declarações que tinha feito para a Nova Gente. Mas, desta vez, o monstro começou a alimentar-se de si mesmo e a viver com base na falsidade“, defendeu na nova entrevista desta semana.
“Por isso, acho que é necessário esclarecer quem andou desatento ou apenas olhou para títulos gordos sem qualquer sentido. Nas declarações que fiz dizia que não gostaria de ser enviada para um cenário de guerra, porque devemos estar onde somos mais necessários, e que eu, sendo mais necessária em estúdio, deveria lá ficar, deixando que outros jornalistas, que habitualmente estão no terreno, fossem enviados para o cenário de guerra. Referi-me nomeadamente aos tempos em que os primeiros a irem eram a Cândida Pinto ou o Paulo Camacho. Aliás, desejei a todos os jornalistas no terreno um bom trabalho e que regressassem bem, em segurança“, sublinhou a jornalista.