Ana Moura foi a entrevistada do programa Alta Definição deste sábado, 12 de novembro. Numa conversa intimista com Daniel Oliveira, a fadista deu a conhecer o seu lado pessoal e recordou um dos momentos mais duros da sua vida: a morte do irmão, na sequência de um acidente de viação.
“Foi um choque”, começou por referir, lembrando o dia em que recebeu a notícia.
“Estava em casa… Foi a minha sobrinha que me ligou e depois fui eu que dei a notícia aos meus pais. Eu não sabia o que dizer. Eu nem sei como é que eu disse porque eu cheguei à porta dos meus pais em pânico”, confidenciou.
“Quando cheguei ainda dei uma dúvida, ainda deixei na dúvida que a coisa não tivesse mesmo acontecido, mas que tinha acontecido um acidente. Dei um comprimido a cada um, para se acalmarem e depois pronto…”, contou.
“Nós vivemos a vida a querer, muitas vezes, agradar aos outros e, de repente, eu senti uma urgência enorme em não perder tempo, em querer viver”, subinhou, referindo-se ao ponto de viragem na sua vida após a morte do irmão. “Afastei-me de quase toda a gente, conheci pessoas novas que chegaram à minha vida, tinha essa necessidade de conhecer pessoas que nem sequer estivessem muito ligadas à minha carreira e descobri um mundo totalmente novo […] De repente, sentir que numa vida nós podemos ser realmente muitas coisas e para isso também o tempo urge”, acrescentou.
Ana Moura recordou ainda o irmão como uma pessoa “sensível e cuidadosa” e apaixonada pela sua música. “Adorava ouvir-me cantar, adorava a minha música, celebrava isso comigo de uma forma muito bonita”, frisou.
Por fim, a artista revelou, que antes de partir, o irmão teve a oportunidade de ouvir várias músicas do seu novo disco Casa Guilhermina e que ficou rendido ao tema Sozinha Lá Fora. “É uma música mais introspetiva, mas é muito linda e será para sempre a música dele”, completou.