Vários artistas portugueses estão a partilhar nas redes sociais um comunicado de apoio a Pedro Abrunhosa. Recorde-se que o cantor e compositor foi alvo de críticas e ‘intimidação’ por parte embaixada da Rússia depois de se ter expressado contra Validimir Putin e a guerra da Ucrânia durante um concerto em Águeda.
Carolina Deslandes, Agir, Irmã Ribeiro, HMB, Karetus, Jimmy P e David Fonseca foram alguns dos músicos que já prestaram a sua solidariedade a Pedro Abrunhosa.
Leia o comunicado na íntegra:
“Pedro Abrunhosa, um dos maiores compositores e letristas que a nossa terra tem, viu-se intimidado pela Embaixada da Rússia quando no seu concerto em Águeda fez ecoar, alto e bom som: ‘Vldimir Putin, Go Fuck yourself’.
A Embaixada da Federação Russa, após tomar conhecimento do sucedido, decidiu fazer o seguinte comunicado:
‘Durante o concerto no festival Agitágueda 2022, ele permitiu-se dizer várias coisas grosseiras e inaceitáveis sobre os cidadãos da Federação da Rússia, bem como dos seus mais altos dirigentes. Além disso, Pedro Abrunhosa incentivava em êxtase os espectadores, entre os quais os russos que também pagaram os bilhetes, que repetissem o que estava a gritar, tendo no final expressado o desejo que as palavras dele fossem ouvidas em Moscovo’.
O comunicado da Embaixada russa vai ainda mis longe ao dizer que as palavras do músico eram ‘indignas do homem de cultura que ainda por cima representa o país, que está a manifestar-se abertamente contra qualquer tipo de ódio e discriminação, foram ouvidas’ e que ‘as respetivas conclusões serão tiradas’.
Por bem, este comunicado confere uma ameaça inaceitável num país democrático como Portugal.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) já fez chegar a sua nota de repúdio à Embaixada Russa, e tal como o MNE, também nós, artistas, músicos, cidadãos, temos que demonstrar a nossa indignação e estar solidários com o Pedro. Não foi só o artista Pedro Abrunhosa a ser intimidado, foi toda a classe artística nacional .
Muitos foram aqueles que, no passado, lutaram para que vivêssemos em liberdade. Jamais, a nossa integridade física pode ser ameaçada por, como diz o Pedro, combatermos bombas com palavras.
Nem a Europa, nem Portugal se podem tornar a barbárie. A intimidação não nos calará, pois no dia em que o medo nos cale a voz, viveremos na escuridão.”