O jornal Expresso celebra esta sexta-feira, 6 de janeiro, 50 anos e a data foi assinalada através de uma conferência, intitulada ‘Deixar o Mundo Melhor’, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, e que contou com três intervenções de encerramento: Francisco Pinto Balsemão, António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa. No final, houve ainda um momento de grande emoção.
“Estamos aqui hoje para lembrar, celebrar, dignificar o passado, as origens do Expresso e os frutos que todo este percurso tem dado. Estamos aqui hoje também para explicar como tentamos viver e protagonizar o presente procurando manter a liderança e a credibilidade. Procurando ser referência e porto de abrigo num mar tumultuoso onde sempre navegámos, mas não devemos nem queremos gastar demasiado tempo com o passado ou mesmo com o presente. O tempo, como sabem, é um bem escasso que nos consome com rapidez preocupante. Mais importante é começarmos já a construir o futuro, o futuro que nos espera, ou melhor, o futuro que queremos que nos espera“, disse o fundador do Expresso.
“Ao longo de 50 anos, o Expresso tem procurado cumprir o seu papel como meio de comunicação social nas divisões entre papel e, mais recentemente, recorrendo também à via digital. Nem sempre foi fácil, mas valeu a pena“, afirmou Francisco Pinto Balsemão, agradecendo “a todos os que tornaram este projeto viável e vencedor”.
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António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa “desempenham hoje cargos de elevado responsabilidade com os quais ascenderam por elevado mérito próprio. Quero recuar 50 anos e relembrar que os dois têm outra caraterística comum: ambos foram acionistas fundadores do Expresso“, disse o fundador do jornal.
Segundo António Guterres, “assistimos hoje em dia a um retrocesso dos direitos humanos”, entre eles o direito à paz, o direito ao desenvolvimento, aos direitos culturais e também aos direitos das “novas gerações”. O secretário-geral da ONU falou ainda sobre “o aumento da violência contra as mulheres no seio das famílias e na sociedade” e nas “limitações no acesso à saúde reprodutiva”.
“O Expresso quis ser uma realidade mais abrangente, mais moderna, mais desafiadora”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, descrevendo Francisco Pinto Balsemão como alguém que “amava a comunicação social” e que adorava as “ideias”, mas não queria uma “paridazação” do jornal. “No Expresso existia a coligação única entre setores sociais e políticos da sociedade portuguesa.”
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O Presidente da República, que classificou o trabalho da construção do Expresso como um “esforço titanico” feito num “ambiente adverso”, entregou ao jornal o título honorário da Ordem da Liberdade, pelo papel que teve na democratização e no desenvolvimento da democracia portuguesa. O momento mereceu uma ovação do público.