"Sinto-me triste por um autocarro ardido ter mais valor que uma vida humana"

A apresentadora de televisão fez um longo e mais pesado desabafo, lamentando não só as situações de tumulto noturno na Amadora e em Oeiras, como também o caso em torno do grupo de Telegram, onde mais de 70 mil homens partilharam imagens não consentidas de diferentes mulheres.

Rita Ferro Rodrigues
Rita Ferro Rodrigues
(Reprodução Instagram, DR.

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Hábito bastante comum, Rita Ferro Rodrigues foi até à sua conta de Instagram, esta quarta-feira, 23 de outubro, para partilhar uma reflexão com os seguidores.

No caso, a apresentadora de televisão desabafou sobre várias situações que têm marcado a atualidade em Portugal, deixando críticas e duros comentários, perante casos que a deixam bastante "triste", assim o definiu.

Não tendo poupado nas palavras, a comunicadora destacou casos como os tulmutos dos últimos dias em bairros como o da Cova da Moura, na Amadora, ou Portela de Carnaxide, em Oeiras, as críticas à disciplina de 'Cidadania' nas escolas, lamentou o caso do grupo de Telegram com a partilha de imagens de mulheres, e deixou ainda notas sobre outras situações pelo mundo, como a guerra em Gaza ou na Ucrânia.


"Sinto-me triste num país em que a prioridade é acabar com aulas de Cidadania mas 70 mil homens partilham fotografias íntimas e não consentidas de mulheres em grupos de Telegram", começou por salientar.

"Sinto-me triste num país em que parte dos discursos políticos incentiva ao ódio, à divisão e à violência que depois é legitimada nas ruas por grupos infiltrados nas forças de autoridade, que depois resulta em respostas revoltadas por populações fartas de serem tratadas ao pontapé e marginalizadas", disse de seguida, comentado um dos casos que mais tem dado que falar nos últimos dois dias.

"Sinto-me triste por um autocarro ardido ter mais valor que uma vida humana", acrescentou. "Sinto-me triste por não conseguir ver as imagens do genocídio em Gaza e ao mesmo tempo não conseguir esquecer os miúdos que foram assassinados, as raparigas israelitas que foram violadas e torturadas no dia 7 de outubro, os reféns que continuam sabe-se lá onde e como", prosseguiu.

"Sinto-me triste porque na Ucrânia e noutros pontos do planeta a guerra continua, e continua, e continua, e não há forma de 'os maus' morrerem como nos filmes".

Em jeito de conclusão, Rita Ferro Rodrigues admite também que já não acredita "num final feliz", e que se sente "impotente e até cobarde" por se sentir triste. "Como se a minha tristeza adiantasse alguma coisa. Ridícula tristeza, vale zero".

"Sinto -me triste por ter de fechar este post a comentários a bem da minha saúde mental porque o espaço público está de tal forma violento que não dá para intervir sem a consequência ser agressão imediata e eu não estou capaz desse jogo. Nem o quero", quis também salientar.