A agonia e o sentimento de, de certa forma, impotência tem-se vindo a apoderar de Pedro Chagas Freitas. Recentemente, o escritor teceu uma dura reflexão sobre a dor que se encontra a sentir com o filho a lutar contra uma condição rara e hospitalizado e, nesta terça-feira, 6 de agosto, voltou a fazê-lo.
“A pu** da dor ensina tão bem. É o maior paradoxo, a maior crueldade, desta vida toda: temos de sofrer como nunca para aprender como nunca. Poderia, sem esta dor sem igual (nunca pensei sofrer tanto, nunca, nunca), passar pela vida sem saber nada sobre ela. Sobre quem somos, sobretudo sobre quem sou“, começou por escrever.
“Tenho inveja, tenho tanta tanta inveja, de quem não vai chegar a saber bem quem é porque nunca vai sofrer assim. Mas porra: chegar a esta dimensão de mim também tem um sabor a vitória, ai tem tem. A dor maior faz-nos maiores. Odeio-a com todas as minhas forças, mais ainda com todas as minhas fraquezas, mas devo-lhe ter-me feito olhar para mim até às vísceras, osso a osso, fantasma a fantasma, demónio a demónio“, continuou.
Com filho internado, Pedro Chagas Freitas afirma: “Nestes mais de dois meses, reaprendi a viver”
Segundo Pedro Gragas Freitas, “às vezes temos de ir ao meio do túnel para saber de onde vem a luz“, considerou. “É lá que estamos, ansiosos (o Benjamim está cada vez mais capaz, cada vez mais ele), mas com uma dimensão entre nós (e em nós) que nos liberta, que nos educa“, revelou, agradecendo logo depois “de braços abertos” e “de rastos“.
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