Custódia Gallego recorda perda do filho: “Tenho pena de não ter estado lá e dar-lhe a mão”

O filho da atriz da novela ‘A Promessa’, da SIC, morreu em 2018, vítima de doença prolongada.

Custódia Gallego recorda morte do filho
Custódia Gallego recorda morte do filho

Famosos

Custódia Gallego foi a convidada de Daniel Oliveira no programa Alta Definição deste sábado, 27 de julho. À conversa com o apresentador, a atriz e rosto da novela A Promessa, da SIC, recordou duas perdas marcantes na sua vida: o filho e o pai.

“Esta perda é uma perda que todos sabemos que vamos ter. Depois da perda, só preciso de não me deixar fragilizar. […] O dar-lhe um final de vida sem sofrimento. O meu pai tinha 95 anos e a minha mãe tem 98, mas tem demência”, começou por dizer.

Ao contrário do que esperava, a atriz perdeu o pai primeiro do que a mãe que se encontra num estado de fragilidade. “O meu pai era muito independente e não estava à espera que ele se fosse embora assim, até pensei que fosse a minha mãe primeiro”, confessou.

“Ele foi para o hospital, por causa do fémur partido, e depois surgiu uma infeção hospitalar. Ele estava muito desesperado para sair, aquele homem nunca tinha estado internado”, lembrou Custódio Gallego, remetendo-se a esta perda recente.

Mas esta não foi a primeira grande perda por que passou. Em 2018, perdeu um dos seus filhos, Baltazar, vítima de um cancro. “Uma vez disseram-me que nada de pior me podia acontecer e eu disse que sim, que ainda tenho outro filho”, disse, referindo-se também ao seu outro filho, Rafael.

CUSTÓDIA GALLEGO RECORDA REVOLTA APÓS A MORTE DO FILHO:  “QUIS MATAR TODA A GENTE”

Como Custódia Gallego lida com a saudade do filho

“Estou muitas vezes com alguns amigos do Baltazar. Eles faziam uma almofada para as minhas dores, era como se conseguissem vivenciar o mesmo. Há uma sensação de roubo. Não me roubaram a mim, roubaram a vida ao meu filho”, frisou.

Apesar de, na altura, lutar contra uma doença, a expetativa de vida era grande. “A raiva e a sensação de injustiça é que o Universo lhe roubou a vida. Ele tinha expetativa de vida. Deram-lhe a ideia de que estava mal, mas que tinha de continuar. Ainda hoje sinto a perda dele. Mas depois o meu lado racional não me deixa. Já aceitei a realidade, mas tudo isto não deixa de ser injusto”, contou.

“Quando ele foi internado, puseram-no em coma para o poderem entubar. Mas depois percebeu-se que aquela coisa não se resolvia. A médica disse-me que tinha de me preparar para o pior e eu dei um grito no meio do hospital: ‘O que é que é o pior?’. Eu estava em negação. À noite, telefonaram-me a dizer que ele já não respirava. Tenho pena de não ter estado lá com ele e dar-lhe a mão”, recordou.

Custódia Gallego contou ainda que o seu pensamento está sempre com o filho que perdeu. “A seguir à morte de um filho, tens de decidir continuar a viver. O pensamento está sempre presente, é como se tivesse ficado com buracos no corpo. Mas a pouco e pouco vão sendo preenchidos”, completou.

Veja o momento da entrevista no site da SIC