Decorria o mês de maio de 2019 quando Daniela Ruah viveu uma das fases mais angustiantes da sua vida. O pai, Carlos Ruah, médico de profissão, sofria um AVC isquémico que o colocaria a lutar pela vida. A atriz recordou o momento numa entrevista dada a Rita Ferro Alvim, no podcast N’A Caravana.
Quando questionada acerca de “um dia” para o qual não quereria voltar, Daniela Ruah não precisou de pensar muito. “O AVC do meu pai… Foi horrível, horrível“, começou por responder à comunicadora. “Fez em maio cinco anos“, pormenorizou.
“Estava a gravar na altura, tinha acabado um dia de trabalho e fui ter com a minha mãe, fomos jantar… Ia deixar a minha mãe a casa, já era tarde, 23 horas ou meia noite, e recebo uma chamada do meu tio“, revelou, em conversa, dando a saber que estranhou o contacto àquelas horas.
“Atendi o telefone, ele disse ‘olha Daniela, o pai está no hospital, teve um AVC’. E bem, aí caiu-me o mundo completamente, porque a palavra AVC ou é uma sentença de morte ou uma sentença de dependência ou falta de habilidade para o resto da vida“, explicou.
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Descrevendo o pai como “um homem inteligentíssimo, um orador, um contador de histórias, professor catedrático” e como um “dos otorrinos mais populares em Portugal“, no momento, em desespero, a atriz recorda-se de pensar: “Ou vai morrer ou em que estado é que vai ficar?“.
Quando soube da notícia, a mãe de Daniela Ruah prontificou-se a ir com a filha para Lisboa para a unidade de saúde onde se encontrava internado Carlos Ruah. “A experiência foi ele deitado na maca, a repetir a mesma frase, a repetir, a repetir, a repetir“, descreveu a atriz.
“Claro que ele não tem memória nenhuma disto, mas eu acho que ele percebeu que eu estava ali, porque eu dizia ‘pai, eu estou aqui ao teu lado’ e ele, dentro da repetição das frases, os olhos viravam para onde eu estava, portanto, eu acho que ele se apercebia mais ou menos“, detalhou.
Daniela Ruah adiantou ainda que o pai, hoje, está recuperado “quase por completo cognitivamente, mas tem as suas dificuldades da fala, que é muito frustrante para ele“. Atualmente, ainda faz fisioterapias de forma a tentar progredir as capacidades que foram afetadas com o AVC.
“Foi super assustador, mas fico super feliz de o ter. (…) Recuperei o meu pai com o mesmo sentido de humor, não só está cá como é ele. Tem um GPS na cabeça, tipo, literalmente um mapa na cabeça, porque ele sabe chegar a todo o lado sempre. É incrível! Muito melhor que eu“, rematou.