“Roubaram-nos tudo na alfândega” – Liliana Campos recorda vinda para Portugal

A apresentadora do programa ‘Passadeira Vermelha’, da SIC Caras, contou que só teve a sua primeira cama quando tinha nove anos.

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Liliana Campos nasceu em Angola e veio para Portugal aos três anos. Os pais, emigrantes, regressaram ao país após o 25 de Abril de 1974 e “vieram com uma mão à frente e outra atrás”.

A apresentadora do programa ‘Passadeira Vermelha’, da SIC Caras, esteve à conversa com Rita Ferro Alvim no podcast “N’A Caravana” e recordou esses tempos. “O meu irmão era bebé de colo. Nas malas, a minha mãe não trouxe roupa, trouxe latas de farinha e Cerelac porque não sabia o que é que os esperava. Aquilo que os esperava foi muito triste”, contou.

“O país não estava preparado para receber tantas pessoas, as pessoas não estavam preparadas para receber aqueles que eram os retornados e refugiados. Passámos muito mal: só tive a minha cama aos nove anos. Durante seis anos eu não tive cama. Dormia com os dois sofás juntos na casa dos meus tios que receberam os meus pais. Nos primeiros anos vivemos em hotéis (…) Não tinha brinquedos, tinha uma boneca. Não tinha mochila, levava os livros num saco de plástico”, relembrou.

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Em Angola, os pais da apresentadora “tinham tudo” e quando chegaram a Portugal ficaram sem nada. “Não tínhamos família cá que nos recebesse. Toda a minha família tinha vindo de Angola e tudo aquilo que foi mandado para cá, os carros, os bens, foi tudo roubado na alfândega, disse.

“Os meus tios, graças a deus, tiveram os carros que chegaram, venderam e deram entrada para uma casa. A nós roubaram tudo. Hoje em dia o que eu lamento não são os bens materiais, são as fotografias. Tenho muito poucas fotografias minhas de bebé. Agora consegui umas fotografias da minha mãe que são uma relíquia para mim. Uma tia descobriu que tinha essas fotografias”, explicou.