“Percebi que era uma perfeita estúpida” – Fernanda Serrano e o que mudou depois da morte de Pedro Lima

“Quando o Pedro decidiu partir, no fatídico dia 20 de junho de 2020, fui apanhada completamente desprevenida”, confessou a atriz no seu mais recente livro.

(Reprodução Instagram, DR)
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Famosos

Para celebrar o seu 50.º aniversário, Fernanda Serrano lançou a biografia Não Há Vidas Perfeitas. No livro, a atriz recorda alguns dos momentos mais duros e marcantes da sua vida e recordou o amigo, Pedro Lima, que morreu em junho de 2020.  

“Não me lembro como conheci o Pedro. Sinto que o conheço desde sempre. Foi por altura do início do meu percurso enquanto modelo, portanto devia ter os meus 16 ou 17 anos, talvez. Fizemos muitos trabalhos juntos. Catálogos de moda, campanhas publicitárias e desfiles. Sempre o foi o mais bem-disposto, o mais regrado, o mais certinho, o mais preocupado com o futuro, com as responsabilidades”, começou por destacar.

A morte desta pessoa maravilhosa que era o Pedro despertou em mim a necessidade de começar a encarar as frustrações e angústias e carrego. A necessidade de reconhecer, analisar e resolver, em vez de guardar no esquecimento do saco vermelho, antes que rebente com demasiada carga”, referiu.

Quando o Pedro decidiu partir, no fatídico dia 20 de junho de 2020, fui apanhada completamente desprevenida. Foi um choque absoluto, um absurdo”, confessou.

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No seu livro, Fernanda Serrano assume que ficou mais desperta para a saúde mental depois da morte do ator. “Nessa altura, percebi que sempre fora uma perfeita estúpida por nunca ter reconhecido a importância da saúde mental e como a falta dela afeta tantas pessoas diariamente e de uma maneira tão violenta, incapacitante, brutal”, referiu.

Um perigo silencioso e surdo que pode estar presente na vida de qualquer um de nós e que podemos nem sequer conseguir reconhecer a tempo de se evitar uma tragédia ou, no mínimo, um enorme sofrimento. Foi então que pensei: ‘Como é que ando há uma vida inteira a esconder problemas dentro de um saco que vai acabar por rebentar?’, começaram a cair frases, problemas… problemas… memórias”, continuou.

“A morte do Pedro Lima fez-me querer resolver os assuntos que andava a esconder no meu saco vermelho e também me deixou mais atenta aos outros. Também fiquei permanentemente mais triste, mais preocupada, mais desiludida, mais frágil – vieram à superfície muitas coisas desconhecidas em mim. Depois da morte do Pedro, fiquei inevitavelmente diferente. Talvez este Fernanda é que seja a real. Ainda mais verdadeira do que aquela que cedeu o lugar. Não sei”, completou.