António Raminhos tem problemas de ansiedade desde criança e, aos 26 anos, foi diagnosticado com Transtorno Obsessivo Compulsivo, um distúrbio do foro mental, caracterizado por obsessões recorrentes (como pensamentos e imagens intrusivos, indesejados e incontroláveis) e comportamentos ou rituais repetidos de forma compulsiva.
Desde então que, pelas suas redes sociais, o humorista faz questão de falar abertamente sobre esta sua condição clínica, destacando diferentes momentos em quem a batalha contra a ansiedade se torna mais difícil.
“Às vezes, é muito difícil para mim estar de férias” – António Raminhos desabafa sobre a doença
Esta segunda-feira, 23 de outubro, Raminhos foi até à sua de Instagram para falar sobre um novo episódio vivido e, apesar de clarificar não se tratar de uma publicação “de piedade“, o humorista quis deixar novos alertas aos seus seguidores.
“Hoje está difícil. Invadiu-me uma sensação de ansiedade e medo que não me tem abandonado ao longo do dia. Estive duas semanas fora da minha zona de conforto, seis dias em casa e já estou fora para gravar e colocar-me de novo em dúvida“, começou por contar.
“Hoje, a meio da manhã, soou aquela voz: ‘não quero estar aqui, tenho medo’. O aperto no peito, a sensação de vazio e quase de estar à parte da realidade. Apercebi-me logo, tomei consciência e fui respirar fundo só uns segundos. Já meditei, já descansei, mas ela cá está. E eu vou fazer o que tenho a fazer. E amanhã… e depois“, descreveu o humorista.
Mais à frente, continuou: “(…) Para quem está de fora, pode olhar e pensar: ‘Fogo, sempre a passear, estás a queixar-te de quê?!’. Quem me dera que fosse de nada! Mas não escolhi esta guerra que, geralmente, surge nestes momentos de ‘suposta’ felicidade. A minha escolha não está em quando surge, mas o que faço com isso“, avança.
“Essa é a grande diferença. A relação que procuro estabelecer com a ansiedade ou a POC. Acolher as sensações e entendê-las, mas sem lhes dar grande atenção. Nós não somos os nossos pensamentos. São apenas reflexos da nossa história, crenças, experiências… e às vezes nem são nada disso! São só… coisas da cabeça“, continuou a referir.
“(…) E o que é suposto fazer? Parar, aceitar e procurar desfrutar o momento apesar dos medos. E escrever! No meu caso ajuda e espero que ajude“, rematou.
António Raminhos partilha fotografia rara com os dois irmãos