Foi em 2000 que Carlos Santana falou pela primeira vez sobre o abuso sexual de que foi vítima. À Rolling Stone, o guitarrista confessou que foi abusado “quase todos os dias” entre os 10 e os 12 anos de idade. Tratava-se de um turista americano que se tornou amigo dos pais. Mas como lidou com o trauma?
“Aprendi a olhar para toda toda a gente que fez tudo para me magoar, diminuir-me ou me sentir menos do que sou, como se tivessem cinco ou seis anos, e consigo olhá-los com compreensão e compaixão“, disse à People.
“Por exemplo, esta pessoa que abusou de mim sexualmente, em vez de o mandar para o inferno a toda a hora, vejo-o como uma criança, e atrás dele há muita luz“, explicou. “Eu posso mandá-lo para a luz ou para o inferno sabendo que se escolho inferno vou com ele. Mas se o envio para a luz, então eu vou também para lá”, acrescentou.
Quem era o abusador?
O músico mexicano-também com nacionalidade americana- recebia visita de um americano que atravessava a fronteira e levava presentes. Em 2014, Carlos Santana contou como a mãe reagiu ao trauma de infância.
“Eu era a vítima, mas o que eles ouviam era que eu deixei que acontecesse“, disse ao Guardian quando a mãe do cantor o confrontou à frente dos irmãos. “Isso ficou na minha cabeça durante muito muito tempo- o facto de não ter tido a empatia de dizer, ‘Sinto-me muito mal por não ter visto os sinais“, contou ao jornal britânico.