Dolores Aveiro afirma: "Sem o futebol, Ronaldo não era ninguém, era um pedreiro"

A mãe de Cristiano Ronaldo recordou algumas 'traquinices' que o filho fez na infância.

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Cristiano Ronaldo com a mãe, Dolores Aveiro
Nicolò Campo

Dolores Aveiro esteve à conversa no podcast 'ADN de Leão' onde fez revelações surpreendentes e recordou os primeiros passos de Cristiano Ronaldo na Academia do Sporting.

A matriarca do clã Aveiro contou que quando o filho fazia parte dos juvenis do emblema de Alvalade "fez alguma asneira" e não viajou para a Madeira após ter sido convocado porque foi castigado internamente. "Chorou e disse que queria abandonar o futebol. Disse-lhe que eles fizeram bem e ele compreendeu. Acho que tinha roubado um iogurte a um colega. Foi castigado a despejar os contentores do lixo", disse.

"É engraçado. Quando começou a jogar, eu chorava muito, na minha vida. E ele dizia-me: 'Mãe, não se preocupe, vou jogar futebol e vou-lhe comprar uma casa e um carro.' E foi isso que fez. Queria dar-lhe coisas, mas não podia. Queria calças de marca e eu não podia dar. Dava-me mágoa. Mas desde que não faltasse a comidinha na mesa, isso é que interessa", relembrou.

A escola no continente também não foi fácil e o jogador português teve alguns conflitos. "Quando ele veio para o Sporting e foi para a escola a professora gozava com a forma como ele falava. O Ronaldo chegou a atirar-lhe uma cadeira. Foi castigado. Dizia que ele tinha a mania, que era bom", disse. E acrescentou: "Lembro-me no Natal, comprei-lhe uma bola. Deu-lhe tantos pontapés que rasgou-a, rebentou-a. Só depois é que veio para casa."

Em 2003, Cristiano Ronaldo recebeu uma proposta do Manchester United, mas Dolores ficou com algumas dívidas, mas no final explica que "valeu a pena". "No final [do jogo com o Manchester United] ele disse-me: 'O Manchester está interessado em mim'. E eu: 'Mas vais para lá, tão novinho?' E ele: 'Mãe, não me cortes as asas'. E assim foi. Ir para o continente com 11 anos? Custou, mas valeu a pena. Nos primeiros dois anos esteve sozinho mas depois deixei tudo e vim para cá.

"Sem o futebol não era ninguém, era um pedreiro. Se fosse pedreiro nunca era o melhor pedreiro do Mundo. As pessoas não dão valor como dão ao futebol. O Hugo era um grande jogador, quando estava no Andorinha queria ir para o Benfica, mas não o deixaram sair e ele desistiu. A Kátia também jogava. Ele chegou a ser apanha bolas em jogos do Sporting. Ganhava 500 escudos", afirmou.

"Penso que fui um grande pilar na vida do Ronaldo, se não fosse eu ele não chegava onde chegou", sublinhou.