José Raposo aguarda a feliz chegada do primeiro filho fruto da relação com Sara Barradas, mas está a passar por dias muito duros. Depois de ter chorado a morte de Octávio Matos, na mesma semana perdeu Cremilda Gil. Estes dois nomes estruturantes do panorama da representação nacional foram, também, os pilares do ator José Raposo - desde o seu início nos palcos.
Os dois amigos do marido de Sara Barradas morreram neste mês de fevereiro, e o ator decidiu fazer um emotivo desabafo na sua conta pessoal de Instagram. José publicou uma fotografia onde surge ao lado de Cremilda e de Sara e começa por dizer: "A semana que passou foi muito dolorosa para mim! A Cremilda Gil partiu, depois do Octávio...! Pessoas que me pertencem, fazem parte da minha existência! A Cremilda é minha madrinha dos palcos, estreei-me com ela no Teatro Adóque na peça infantil 'O Teatrinho' em Dezembro de 1981", acrescentando: "Foi desde o início uma bênção para mim... pela atitude maternal, pelos conselhos profissionais, pelos ensinamentos naturais de quem ama esta arte! Foi ela quem me inscreveu no Sindicato dos Trabalhadores do Espectáculo, e foi ela quem me tratou de tudo para eu obter carteira profissional (que guardo religiosamente como recordação), que nos registava como trabalhadores normais, coisa com a qual os governos da nossa democracia, que não têm tratado nada bem a cultura, acabaram poucos anos a seguir".
José Raposo segue elogiando a humanidade e o talento da colega e amiga, falando dos planos que ficaram por cumprir:"A Cremilda era uma lutadora pelos direitos dos artistas, a Cremilda era dos seres mais simples, humildes e generosos que conheci, a Cremilda era uma excelente actriz, a Cremilda era uma grande amiga! Eu e a Sara (que com ela trabalhou desde pequenina) tínhamos combinado há pouco tempo com ela ir ter mais uma vez ao Monte das Tesas, onde morava há uns anos, na Malarranha, no seu casinhoto, sítio mágico (fui várias vezes visita privilegiada deste monte alentejano) onde a Maria José e a Rita Ribeiro, a Ermelinda Duarte e o António Montez, a Maria Dulce, o José Peixoto dos Madre Deus, a Lídia Franco, formam uma pequena e maravilhosa comunidade artística, cada um com seu casinhoto", rematando em jeito de despedida: "Alguns já partiram, ela juntou-se a eles na passada 5.ª feira! Obrigado por tudo Cremilda, até sempre!!".