Madalena Almeida: “A minha mãe sentou-nos na cama dela e disse: ‘o pai morreu’"

A jovem atriz que dá vida à Vitória da novela 'Alma e Coração', da SIC, esteve à conversa com Daniel Oliveira.

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Madalena Almeida

Aos 21 anos, Madalena Almeida é uma das jovens promessas da representação e dá cartas na novela da SIC , Alma e Coração, onde dá vida à irreverente Vitória. Este sábado, 8 de dezembro, a jovem atriz esteve no programa Alta Definição e, numa conversa intimista com Daniel Oliveira, recordou um dos episódios que a viria a marcar o resto da sua vida, a morte do pai, quando tinha três anos de idade.

“A minha mãe sentou-nos aos dois na cama dela e disse: ‘ o pai morreu, a partir de agora somos nós três’”, confidenciou Madalena, ao lembrar o episódio em que mãe lhe contou a si e ao irmão mais velho, que o pai tinha perdido a dura batalha contra o cancro.

Por ter perdido o pai em tão tenra idade, as memórias do progenitor são escassas, baseadas somente em fotografias e relatos de familiares. “Não tenho praticamente recordações nenhumas. Acho que é uma imagem que eu tenho muito sugestionada por fotografias e por histórias que ouço contar. É quase como uma personagem de uma história, que me foram contando. Portanto, eu tento viver com essa personagem, com essa história. Antes achava estranho sonhar com ele sem lhe conseguir ver o rosto, agora acho que é normal porque eu não tinha nenhuma imagem física, ou seja é tudo imaginado...Há uma curiosidade: ‘e se? Se ele estivesse vivo, agora?’” , contou.

Atualmente, é na mãe que Madalena tem o seu grande suporte emocional e é nela que vê um exemplo de força e de generosidade. “A forma como ela nos educou foi muito simples, foi sempre nesta coisa do ‘escuta, ouve o que as outras pessoas têm para te dizer’.O maior exemplo foi esse, foi vê-la educar-nos…“Nunca nos faltou nada, nem de carinho, nem de brinquedos. nem de conversas”, referiu, salientado a determinação da progenitora.

“Eu acho que nós lidamos com uma perda de uma maneira muito higiénica. É um tabu muito grande, ainda. Se pensarmos, é o mesmo ato que nascer só que ao contrário. E é aquilo que nós já temos mais do que garantido, portanto, não desvaloriza de todo a perda, mas faz-nos perceber que não vai parar nada. Isto ter acontecido não vai fazer com que as coisas parem de acontecer e acho que foi isso que a minha mãe sempre, inconscientemente , nos transmitiu, que a vida dela não podia parar”, reforçou.