“Tinhas as mãos enrugadas e cheias de histórias
A roupa lavada e vem-me à memória
Como me embalavas depois de jantar.
Tinhas o rosto sereno, calmo e sempre vivo
E o meu corpo pequeno, mas tão emotivo
Não te sabe lembrar sem chorar
Eras da minha alma, da minha casa
Eu era tua costela
Dormia na tua sala, na tua asa
Quente como a chama de uma vela.
E agora não te tenho, só te lembro
E gosto de te cantar
Guarda um cantinho da tua nuvem
Para um dia eu lá morar
Tinhas um corpo de lar
E um cheiro a infância
Os olhos de mar, e hoje à distância
Se fechar os olhos ainda lá estou
E deitada no teu colo
O mundo era meu,
Só me resta o consolo
De que aí no céu
Exista uma nuvem com nome de Avô.”
Foi com este texto partilhado nas redes sociais que Carolina Deslandes assinalou o terceiro aniversário da morte daquele que já definiu várias vezes como um dos seus pilares e, sobretudo, a pessoa que mais a incentivou a lutar por um lugar no mundo da música.