Foi uma publicação de Reynaldo Gianecchini que levou Cláudio Ramos a refletir sobre este assunto, como conta no seu blogue, ‘Eu, Cláudio’: “Depois de ver umas fotografias do Gianecchini que mostrei aqui e entender o que aquelas produções queriam dizer dou-lhes razão. A nossa pele é toda igual”. Cláudio revela que há muito poucas pessoas que o conhecem verdadeiramente: “Raramente nos despimos. Quase nunca ou para poucas pessoas. Ficar nu de roupa é uma coisa. Nu de tudo é outra. Poucas pessoas me viram nu. Poucas. Pouquíssimas. (…) as pessoas não se dão ao trabalho de perceber além da roupa que tiramos à sua frente.”, começa por escrever, num texto muito íntimo em que fala abertamente sobre os seus medos, as suas frustrações e os sonhos por realizar.
“Eu não gosto de falar de famosos, só o faço porque é o meu trabalho e se dependesse de mim deixava já de o fazer. Eu gosto de fazer televisão onde me entrego todo (…), não gosto de estar na linha da frente, incomoda-me ser o centro das atenções”, é a primeira confissão que faz. Ainda na esfera profissional, fala sobre os seus livros: “Eu não gosto de escrever livros práticos. Eu gosto de escrever romances e tenho a frustração dos meus romances venderem metade do que vendem os livros práticos”, continua as revelações falando do sonho de ser ator e diz que vê novelas “porque gostava de estar dentro de uma, eu adoro musicais porque vivo frustrado de aos 44 anos nunca ter feito teatro”.
Depois das confissões sobre as suas ocupações, surge algo de cariz mais pessoal. Apesar de se ter mostrado nu nas redes sociais já por algumas vezes – aliás, esta publicação é ilustrada por um nu fotográfico – Cláudio, afinal, não está tão à vontade com o seu corpo como pode transparecer: “Quando tiro a roupa faço-o com a luz muito ténue com medo das imperfeições. Grito que lido bem com o corpo, mas grito uma mentira”. Já a terminar o texto, o comentador social acrescenta que “custa-me muitas vezes lidar de frente comigo. Não devo ser caso raro nem único. Por isso agora me despi”.
Cláudio Ramos tem 44 anos, nasceu em Luanda, mas mudou-se aos dois anos para o Alentejo português. Estreou-se em televisão em 1996 e em 1999 fez parte de “Noites Marcianas”, com Carlos Cruz e com Júlia Pinheiro. Desde então, tem-se destacado sobretudo no universo dos comentários cor-de-rosa. Para além disso, já editou cinco romances, três livros práticos e um livro infantil.