Foi maio do ano passado que o país ficou em luto com a morte de Maria João Abreu, após um aneurisma cerebral, que ocorreu durante as gravações da novela da SIC, A Serra. Este sábado, dia 15, numa entrevista a Daniel Oliveira, Ricardo Raposo falou sobre os 13 dias de angústia e dor desde o internamento da atriz.
“Foi a tragédia da minha vida e da minha família. Não há palavras para a dor e angústia dos 13 dias desde que a minha mãe foi para o hospital”, conta o filho de Maria João Abreu. O ator acredita que a dor deve ser falada tal como a felicidade e que, muitas vezes, convivem juntas. Nesses 13 dias, Ricardo fez questão de continuar a ir buscar os filhos à escola. “Víamos neles a continuidade da vida (…) era um escape“, explicou.
Ao lado de Miguel Raposo, o irmão, e João Soares, companheiro da atriz, recitavam poemas, leram-se livros e cantaram-se canções, a última foi Black dos Pearl Jam. “Quando no último dia, no último acorde deixas de ouvir o fôlego da respiração e os aparelhos… foi uma coisa indescritível. Parece mesmo que esteve a ouvir a música até ao fim e ficou em paz e nós ficámos também“, recordou.
Antes deste momento, os dois filhos presenciaram um momento em que a atriz esteve consciente após duas cirurgias. Foi Maria João Abreu que os chamou. “Ela estava muito sedada e conseguiu tirar a máscara e só dizer-nos ‘Amo-vos muito. Beijinhos, amo-vos. Foram as palavras finais“, completou.