Dos cruzeiros ao ‘snowboard’: A inacreditável vida de Joana Anes, protagonista de ‘Rebelde Way’

À conversa com o site do ‘Fama Show’, a atriz de 40 anos recordou o seu papel na série e falou sobre os objetivos para o futuro.

Joana Anes
Joana Anes

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Rebelde Way chegou à antena da SIC em 2008. 15 anos depois, chega à OPTO, plataforma de streaming do canal, já no dia 29 de abril, e promete prender novamente os espetadores ao ecrã. Por isso, o site do Fama Show resolveu falar com Joana Anes, protagonista da série, que recordou o período das gravações e ainda nos contou quais são os seus atuais projetos.

“O início das gravações são as primeiras memórias marcantes que tenho, começámos a gravar cenas de verão no inverno. Estivemos cerca de duas semanas em Sagres, no Algarve, a gravar imensas semanas de praia. Foi muito desafiante, aquilo era mesmo ser ator e eu era a protagonista”, começou por dizer.

Mas parece que o convite para integrar esta série juvenil não aconteceu por acaso, é que a intérprete encontrava-se ainda a gravar Floribella quando soube que ia ter início uma nova produção. “O desafio surgiu já no final dos castings de todas as personagens da ‘Rebelde Way’. Foi aí que eu percebi que ia receber a personagem da Mia Rossi, recordou.

“Estava a gravar a ‘Floribella’ e no final das gravações já estava a ser sondada pela produção para saberem como assumiria o papel de protagonista, se sabia cantar, etc. Fiz todas as cenas dos castings, com todas personagens da ‘Rebelde'”, confessou.

Contudo, Joana Anes ainda esperou algum tempo para saber se realmente seria a personagem principal daquela nova aposta da estação de Paço de Arcos. “Estive três meses de costas viradas para a câmara a dar a contracena aos outros atores e, depois, foi a Teresa Guilherme [produtora da série] que deu a palavra final para ficar com o papel de Mia”, revelou.

Rebelde Way estreia na OPTO, plataforma de streaming da SIC, dia 29 de abril (Pedro Melo/SIC)

A exigência de ser protagonista

Depois de todo o tempo que duraram as audições e de saber que realmente faria parte do núcleo principal de atores de Rebelde Way, seguiram-se as filmagens. “Foram mais de 200 episódios. Eram 12 horas de gravações, mais de 20 cenas por dia. A dada altura das gravações, ainda tínhamos tudo aquilo que era extra à série: a banda, os concertos, as sessões de autógrafos ou as campanhas do perfume”, lembrou.

Sabendo que, naquela altura, as redes sociais não tinham a força que têm hoje, Joana Anes recordou o carinho que recebia na rua dos fãs. “Na rua, as pessoas reconheciam-me imenso. Apesar de a reposição da ‘Rebelde’ chegar 15 anos depois, nós, os quatro protagonistas, até criámos um grupo de WhatsApp para voltarmos a falar sobre a série”, revelou.

“Todo o sucesso da ‘Rebelde’ acabou por ser um pouco diluído ao longo dos anos, mas a verdade é que já existiam páginas de fãs e nós recebíamos mensagens diárias. Não só de Portugal, mas desde o Brasil à Venezuela”, contou, agradecendo ainda o carinho dos fãs após tantos anos.

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Além de atriz, Joana Anes também é cantora e DJ (Pedro Melo/SIC)

A carreira de atriz e o desejo de singrar na música

Quando começou a dar os primeiros passos no mundo da representação, Joana Anes nunca pensou que a sua carreira se poderia multiplicar em muitas outras coisas. “Na altura, entrei neste meio um pouco ainda sem capacidade de pensar numa carreira. Há jovens que já têm as coisas muito definidas”, referiu.

“Tinha 19 anos quando fiz a minha primeira novela. Aconteceu tudo por acaso, mas ainda me lembro como tudo começou. Estava numa audição quando passou por mim o Adriano Luz e me perguntou logo se sabia cantar. E foi assim que fiquei com o meu primeiro papel”, lembrou, referindo-se à primeira produção em que entrou.

Contudo, a atriz não se ficou apenas pela ficção. “Na verdade, a música é que esteve sempre presente na minha vida. Fiz o conservatório de piano e a música era aquilo que mais certezas tinha. Apesar de adorar representar, e de adorar dar vida a outras pessoas, a música foi o que sempre me preencheu”, contou.

“De facto, afastei-me da área da representação depois da ‘Rebelde’. Talvez por causa da incerteza daquilo que queria fazer. Estava numa fase muito absorvente. A título de exemplo, para outros jovens, e existem muitos facilistismos atualmente, pareceu que na altura tudo me tinha caído do céu. Mas eu queria era ser dona das minhas decisões”, confessou.

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A atriz emigrou para a Suíça, o local que considera ideal para fazer snowboard (Pedro Melo/SIC)

O desejo de voltar à representação e a decisão de emigrar

Ainda à conversa com o site do Fama Show, havia uma pergunta que tinha de ser feita: será que Joana Anes pretende voltar ao mundo da ficção? “Voltaria a participar, sem dúvida. O regresso da ‘Rebelde’ está a acontecer numa fase muito interessante”, revelou.

E a verdade é que, mais uma vez, a atriz não se quer ficar pela ficção, até porque há algum tempo que está a preparar novidades. “Nós, os protagonistas, sempre tivemos alguma aptidão para a música. Escolhi, aos 40 anos, emigrar para a Suíça para ganhar acima da média e ter um espaço onde pudesse produzir o meu álbum. Tenho já as letras muito bem pensadas”, confessou.

“Esta mudança para a Suíça aconteceu durante a pandemia, que veio agitar toda a gente. Nessa altura, eu era DJ a tempo inteiro. Por acaso, na altura, não tinha muitas economias e tornei-me ‘bartender’ nos cruzeiros. Quando se levantaram as normas da pandemia pensei que, se calhar, precisava de uma vida mais saudável”, contou.

E foi assim que Joana Anes chegou à Suíça. Contudo, para além de procurar melhores condições de vida, procurou também que no seu destino se pudesse dedicar ao álbum e ainda a uma outra paixão: o snowboard.

Desde cedo que Joana Anes percebeu que a música tinha um significado especial na sua vida (Pedro Melo/SIC)

A paixão pelo ‘snowboard’

“Com um grupo de amigos, em vez de fazermos festas, começámos a fazer ‘wakeboard’ e com essa paixão a nascer, comecei a pensar onde poderia fazer ‘snowboard’ e também dedicar-me ao meu álbum”, disse, explicando como tornou aquele destino da Europa Central a sua nova casa.

“Os meus dias na Suíça são assim, trabalhar no bar do hotel, cantar lá à noite e ainda fazer ‘snowboard’, que no fundo ja é uma paixão antiga”, confidenciou a cantora sobre como é a sua rotina naquele país.

Para já, o seu álbum encontra-se nos ‘segredos dos Deuses’, mas se pudesse fazer uma colaboração com outra cantora, seria com Carolina Deslandes. “Não vou negar que é com figas feitas e esperança que portas se abram com a visibilidade que a ‘Rebelde Way’ nos pode dar”, rematou.