Esta terça-feira, dia 2 de maio, e confirmando estar novamente de férias ao lado do companheiro, Luís Delgado, Carolina Deslandes não conseguiu ficar indiferente a uma notícia que recebeu. O assunto tocou-lhe particularmente, já que dizia respeito à história de uma criança com autismo.
O filho Santiago, de seis anos, vive com uma perturbação do espectro de autismo e, por isso, ao ler a notícia que consigo foi partilhada, a artista não conseguiu esconder a sua indignação, partilhando por isso um longo desabafo.
“Eu estava de férias. Mas recebi isto. E pensei – vou-me meter? Vou. Por uma simples razão, se não me meter estou a falhar ao meu filho“, começou por referir a cantora.
“O Alberto e a Susana [jornalistas do artigo em causa] estão muito indignados porque foi ‘despejada’ uma criança nepalesa na escola, criança essa que tem uma perturbação do espectro do autismo e morde, bate, e não consegue estar dentro da sala de aula“, descreveu.
“Dizem que a ‘inclusão’ desta menina está basicamente a destruir o ambiente escolar e que a própria ‘inclusão’ é uma modernice de um ministro ‘que esse sim é que deve ser autista’. SÓ PARA QUE CONSTE – o autismo não pode ser usado como ofensa. Já isto é inadmissível“, disse Carolina Deslandes, revoltada.
Depois de apontar críticas ao órgão de comunicação que serviu como meio para difundir o artigo, a cantora continuou a apontar críticas ao texto, e à exposição que é feita à criança nepalesa em causa.
“Lidar com crianças no espectro é um desafio. Se vos incomoda a vocês, imaginem o que é não suportar certos tipos de luz, de som. Imaginem o que é não se conseguirem integrar. Imaginem o que é não conseguiram aprender ao mesmo ritmo dos outros e imaginem o que é ser julgado e excluído pelos PRÓPRIOS EDUCADORES“.
“É uma vergonha. Todos os dias temos um caminho de pedregulhos e avalanches para a inclusão, para o respeito, para a integração. Integrar uma criança do espectro numa escola é a coisa mais difícil a que já assisti na minha vida. Requere um esforço colectivo muito grande e coordenado. São dias, anos de trabalho“, desabafou.
“Ganhem vergonha do que acabaram de fazer. A criança problemática é sempre filho do outro até ser o nosso. (…) Obrigada à equipa multidisciplinar que todos os dias ajuda à integração e desenvolvimento do nosso filho“, rematou por fim.